A VOZ DO PERU

Professor Macário. Temido pelo seu cascudo aterrador! Nem imagina um belo dia o que ocorreu no seu sítio, onde morava com duas outras irmãs.

-Hoje à noite tem um São João no Instituto Gonzaga (Hospital Santo Inácio). Sobrou pra vocês o peru. Um de cada.

Gritou Sérgio Belém dentro da Rural Willys do Dr. Hildegardo Belém.

- E agora mestre?

- Pega a bicicleta e vamos até o sítio do professor Macério

- Lá tem peru?

- Deixe comigo.

Num salto chegamos. Localizava-se nas proximidades do sítio de Cazuza Alves, entrando pelo lado do matadouro municipal. As mulheres estavam dentro de casa. Os perus no terreiro. Iniciamos a caçada silenciosa. O saco encontrava-se preparado. Foram acuados até bem próximo à cerca de aveloz.

De repente o pulo do mestre. Agarrou o bicho pelo pescoço. Tome saco. O segundo não tardou. Agora tínhamos dois perus ensacados. Colocados no bagageiro... Rodas pra que te quero.

Êxito total. Paramos para comemorar. Curió nos serviu sorridente. Desconfiara de alguma presepada. Nesse momento ouve-se:

- Glu,glu,glu,glu.

Olhamos um para o outro. Uma senhora comentou apontando:

- É um peru no saco.

- É não senhora. A senhora deve estar enganada – falou um cidadão sentado num tamborete.

Um “bebim” cheio dos pau, intrometeu-se:

- Se não for um peru é a voz dele ensacada que acompanha vocês.

- Glu,glu,glu,glu...

Pulamos na “Axel” azul e tome pedal. A noite foi maravilhosa. Resta saber se o dia foi bom para a família Macariana, com o déficit de dois perus.

ALMacêdo

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 08/02/2012
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