UMA QUESTÃO DE ECONOMIZAR PALAVRAS (Aleixenko oitavo)

UMA QUESTÃO DE ECONOMIZAR PALAVRAS

Mesmo em Gorobixaba algumas coisas são como na republiqueta do Brasil. Um exemplo clássico são as tradições de famílias. Nem todas, só algumas.

Vejam só esta.

Sir PIOTR CAMPOSOV, Ministro das Relações Exteriores do Reino de Gorobixaba, um solteirão convicto, para não dizer beato, até que enfim se casou.

Como? E por quê?

Como diria o mineirin: “casando, uai!”

O porquê, são outros quinhentos.

Lá no tempo que se amarrava cachorro com lingüiça, seus pais (os dele) e os avós da noiva, decidiram que uniriam suas famílias num laço de casamento; passasse o tempo que passasse. Naqueles dias a outra família não tinha mulheres casamenteiras.

Praga de urubu, quando não mata cavalo, cega ou aleija.

Matou a noiva, ou melhor, ela se matou.

Os nubentes, que não tinham nada com a coisa, se ferraram.

PIOTR hoje cinqüentão... PERPÉSTUMA, a coitada da noiva, até o dia de sua morte contava com dezoito aninhos.

Morreu por quê?

De desgosto do casamento.

Antes, porém, do casamento ela havia deixado escrito, para gravar no seu túmulo a frase: “Nasci virgem, vivi virgem, morri virgem”.

O coveiro, um sujeito muito do preguiçoso, achou que eram muitas palavras e escreveu: "DEVOLVIDA SEM USO"