A MARVADA DA PINGA
Era um tipo nordestino, um tanto franzino, cabelo encaracolado, adorava uma confusão.
Tinha o apelido de "Braminha" por estar sempre elogiando a cerveja da marca Brahma. As outras marcas eram verdadeiras porcarias, costumava dizer.
Era fanático torcedor do time de futebol do bairro, não perdia um jogo.
Independentemente de seu time estar ganhando ou perdendo, não deixava em paz as mães dos árbitros e dos bandeirinhas.
Certa vez o jogo era no campo do time adversário, cujo alambrado já estava precisando de uma boa manutenção. Em alguns pontos percebiam-se vários fios de arame soltando-se da malha.
O jogo nem bem havia começado e rente ao alambrado já surgiu um início de confusão entre as torcidas.
Durante o empurra-empurra, um dos arames que estava se soltando acabou se enroscando na gola da camisa do Braminha. Ele que já devia ter bebido umas e outras, imaginou que era alguem da torcida adversária que o prendia e sem coragem de olhar para para traz, esbravejava todo encolhido: Larga daí seu corno, larga dai...
A cena era tão hilária que todos desataram a rir, a confusão se extinguiu em menos de um minuto.