É FINA COMÉDIA, FINO TERROR OU FINO HORROR?
Eu pensei que como telespectadora NOVELEIRA, embora dantes bem mais fascinada por novelas mais inteligentes, eu vinha amarga demais com as minhas críticas novelísticas atuais.
Relaxem, minha intenção nunca é só criticar o todo mas deveras observar e me divertir , e acreditem, eu me divirto muito com a insensatez, ainda que seja ela sem propósito cômico.
E convenhamos, FINA ESTAMPA não está só de assustar a quem está do outro lado da tela não. Fico a imaginar o que seria se a intenção fosse a de uma brega estampa.
Só para variar, vou me arriscar a pensar: caramba, que enrolação!
Depois da nada fina estampa do Pereirinha, aqui confesso, fiquei cheia de dedos para me assustar e me manifestar sobre ele num outro escrito meu, afinal, tudo é Bullying nesta terra de raros seres pensantes, mas agora o autor da novela nos deu um álibi, a me deixar bem mais sossegada: até eles, os atores entre si, se assustam com o Pereirinha.
Dia desses foi o pobre do filhinho de Teresa Cristina que não se aguentou depois do que viu: caiu duro de susto depois de encontrar seu "padrasto" pré histórico no leito conjugal de sua fina mãe.
Confesso: nunca ri tanto! Porque toda vez que o vejo eu também me assusto...
Fiquei a pensar: tem gente que não tem sorte nesta vida mesmo, nem na novela, pobre garoto.
Ter uma mãe cobra, um padrasto dinossáurico daquele e uma madrasta de nome Griselda, ara, não é para qualquer ser de qualquer restrito recurso egóico. Haja equilíbrio...
Para não enxergar o destino, eu aconselho o pobre adolescente a tirar seus óculos de bom aluno intelectual para tentar não enxergar mais nada.
Mas o garoto é firme... se sobreviveu ao Pereirinha, sobreviverá à novela toda. Já os telespectadores...penso que o MINISTÉRIO DA SAÚDE deveria nos acautelar..." novelas fazem mal à saúde mental e social..."
E o tal do acidente automobilístico, aquele provocado pela cobra dentro do automóvel?
Fala sério minha gente global, eu estou até agora me perguntando como a garota conseguiu gritar tanto tempo antes de morrer no seu desmaio fugaz.
Rodem o VT e percebam a falha grosseira que não convenceria nem a cobra de que ela, a cobra obviamente, foi a melhor atriz da cena.
-Mãe estou grávida!
Só faltavam perguntar se era da cobra, ops, me desculpem pelo chulo, pela falta de elegância, mas é que...eita que gravidez anunciada fora do contexto.
Ruim, muito ruim...
Mas a Griselda de Lilia Cabral deu um brilhante jeitinho de melhorar a cena quando comemorou toda feliz:
-Minha filha mas como foi isso?
E reparem, se o irmão dela, aquele abstrato estudante de medicina resolvesse enfim estudar mais, até conseguiria explicar à sua ingênua mãe, a santa Griselda, como que se engravida as meninas...nos dias atuais.
Ara, é só participar da "globalização" e o mundo se multilicará a jato!
Com ou sem a doutora sem noção, a Renata Sorrah. Enfim é isso.
Deixo aqui meus sinceros parabéns para a cobra e para a LIBÉLULA submissa da Teresa Cristina que resolveu acordar: aliás, agora muito mais macho que muito macho manifesto.
Um espectáculo a interpretação do personagem Crô. O único personagem fiel a si mesmo.
Agora vou voar...libelulantemente para não perder nem mais um minutinho no ar do enredo decadente, esse, de tão brega estampa.
Só tenho uma dúvida técnica: afinal, essa novela, é para se rir ou para se chorar?
Nota: recomendo um link que encontrei por acaso depois que escrevi meu texto:
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3435837
É por tudo isso que tenho movimentado o controle remoto para fora da dominância infernal...