VIAGEM PARA ILHA DO MEL-PR (Ou como fazer ¨zilhões¨ de amigos em uma excursão)
Lembro-me destas redações pós férias que eram solicitadas ad nauseam por professores de todas as gerações.
Mas o que me move para escrever agora é uma viagem que fiz até a Ilha do Mel no Paraná, com minha namorada.
Foi uma excursão de agência de viagens, via terrestre. Ou seja: Viajar com uns 40 desconhecidos dentro de um ônibus. E não há qualquer demérito nisso.
Ok, o ônibus é confortável. E quanto aos desconhecidos, depois de tantas viagens, aprendi a classificá-los a partir do segundo contato.
Já estou vendo milhares de pensamentos medíocres dizendo que não é assim, que isso é injusto e coisa e tal.
Pense: A excursão tinha três pernoites no hotel. Não dá pra fazer tantos contatos assim com todos os viajantes da excursão. Nem se eu fosse o mister Simpatia internacional. O que eu jamais serei, diga-se de passagem.
Por culpa exclusiva dos meus pais, consigo ser educado, apenas isso.
Mas seguindo: O primeiro contato é um cumprimento simples. No elevador, no salão do café da manhã, aonde for possível. Se a pessoa sequer te encarar, o veredicto já está escrito e assinado: você não se dirige mais a essa pessoa. Se ela te cumprimentar, você passa para a próxima etapa.
Nesta próxima etapa o método continua simples. Você faz uma observação inteligente, humorística, ou apenas interessante sobre algum fato da excursão. Se você for ignorado, já sabe: No words. Se vier alguma piada melhor que a tua, tudo bem, pode continuar conversando com a pessoa avaliada.
O método é cruel mesmo e tem lá seus defeitos. Uma pessoa muito tímida pode não passar da primeira etapa e ser uma pessoa interessante. Mas garanto que é um método eficiente, se você não quiser ser o paspalho, o palhaço ou o bobo da corte da excursão.
Nessa viagem não tivemos problemas com outros viajantes. Se outras pessoas tiveram problemas conosco, eu só posso lamentar. Por natureza somos um casal low-profile (discreto). Isso geralmente é confundido com arrogância, principalmente por pessoas de baixa auto-estima.
E para finalizar, a melhor piada que nós ouvimos foi de uma pessoa também discreta e tranquila. Ao comentar sobre o tão falado Barreado, prato típico lá do Paraná, ela não se conteve e disse:
- Mas isso parece Carne-Louca !!
Para contar uma piada é preciso espontaneidade, carisma e talento.
Ou pelo menos um destes três atributos ...
Sebastião ( com a colaboração de Isabel )