A REFORMA DA IGREJA EM SUSPENSE
A REFORMA DA IGREJA EM SUSPENSE
Naquela igreja chique, daquele bairro chique, daquela próspera cidade do interior, aquela dona chique vai se confessar:
- Padre, eu pequei. O senhor me conhece, sabe que nunca traí o meu marido. Acontece que apareceu aqui na cidade um bonitão lá da capital, um pedaço de mau caminho. . . O senhor sabe né? A carne é fraca...
O padre passa-lhe um sermão e como penitência manda que ela deixe uma oferta de duzentos reais para as obras da igreja.
Logo depois, outra madame vem com a mesma história a respeito do tal galã da capital. Novo sermão; e a penitência sobe para quinhentos reais de contribuição para as obras da igreja.
E nos dias seguintes foi uma verdadeira romaria no confessionário, sempre com mulheres que haviam chifrado os maridos com o forasteiro bonitão. E o padre dando penitência... E o valor subindo.
Naquela tarde, o padre já ia dizendo à pessoa que acabara de ajoelhar-se no confessionário:
- Pode falar minha filha... cometeu adultério com o tal garanhão...
Uma voz masculina o interrompe:
- Não! O garanhão sou eu!
- Ah! Resolveu confessar os seus pecados, não é?
- Não, senhor! Vim avisá-lo que se quiser terminar a reforma da igreja, terá que me dar 50% do valor das penitências, senão eu mudo de paróquia...