DESEMBUXE

Era festa do Divino, lá em Correntina. A mulher, que viera do Catolé, já havia comido o bastante para matar a fome de Geraldo Curujão, Zé de Cinza e Tõe Curujinha juntos. A coitada, zanzava pela casa da festa a dentro, buscando algum espaço, algum canto, algum alívio estomacal; alguma coisa, enfim, algum desentupidor ;

pois desejava comer mais ainda. Ela, perdida no tempo, no espaço e com o buxo já alto de tão cheio; ficava num entra e sai por todos os cantos e recantos da casa. Lá dentro, num salão reservado, o festeiro Zé França conversava animadamente com o Pe. André e outras personalidades locais, sem batina. Eis que, de sutil aparece à porta do salão a nossa grande festeira que havia comido demais. Já não aguentava nem falar. Suava frio e tinha os olhos vermelhos que só enxergavam comida. Só os ouvidos é que pareciam funcionar um pouco. Foi aí que, ao vê-la, Zé França tentando ajudar a coitada, disse-lhe:"DESEMBUXE". Ato contínuo, em meio a um susto, a coitada adentra o salão soltando uma enorme golfada de vômito, aliviando assim a sua barriga! Foi a gota d'água.-------------------------------

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Salvador, num 05/01/2002.

Alorof
Enviado por Alorof em 10/12/2011
Código do texto: T3382452
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