ENREDO DA VIDA DE CADA UM

ENREDO DA VIDA DE CADA UM

Quando somos crianças temos confiança ilimitada no mundo. Tudo são louros. Aos nossos olhos tudo é belo; à nossa fé só ganhamos; tudo é nosso ou para nós; o que nos leva a auto-satisfação plena, tornando a vida um tesouro.

Somos sempre o personagem central e principal da trama do teatro desta.

No descerrar da cortina reverenciamos a platéia, e esta bate palmas e nos ovaciona, nem sempre como aplausos.

Começamos a representação interpretando, primeiro nossos familiares; e ao longo da vida representamos todos e tudo, até a nós mesmos.

Nossa história se desenvolve num enredo subdividido em basicamente três atos: infância / adulto / ancianidade.

No primeiro ato, que por sinal é o mais curto e rápido, concentramos em representar a realidade, contando a verdade. Sem, contudo esquecer as promessas; e tão pouco menosprezamos os sonhos.

No segundo ato, o mais longo, damos ênfase a contracenar com o máximo de outros atores, mostrando quase sempre a falsidade, da qual estamos imbuídos e contaminados, tentando provar para o mundo que ela é o mais puro axioma do que somos; e, pior, seremos.

No terceiro ato, tentamos nos induzir de que ainda somos bons atores; e quase sempre nos escondemos atrás de uma cortina de fumaça, vivendo de lembranças de quando ainda tínhamos vigor.

E ao cerrar a cortina, independente do que fomos outros atores dirão: como eram bons!

Mentir, todos nós somos capazes...

(dezembro/2010)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 07/12/2011
Reeditado em 07/12/2011
Código do texto: T3376271
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