HUMOR – O frustrado doador de
órgãos

 
 
HUMOR – O frustrado doador de órgãos – 04.12.2011
 

 
            Eu sempre tive vontade de doar algum órgão que pudesse amenizar o sofrimento de alguma pessoa ou mesmo salvar-lhe a vida, pois deve ser muito gratificante saber que um ser está vivo em face daquele gesto de nobreza que você praticara.

            Pensei em comparecer, pessoalmente, à central de doadores, todavia como um sujeito tímido, acanhado, me faltou coragem, daí resolvi pegar o número do telefone e tentar por essa via fazer o registro de doador.

            Pois bem, o telefone toca, demora pra atender, mas finalmente alguém do outro lado fala: “Alô, bom dia, central de transplante, doutora Patrícia, as suas ordens”. – Pois não, doutora, é que eu gostaria de me cadastrar como doador de órgãos, a senhora pode me ajudar? – Claro, mas vou precisar fazer algumas perguntas. – Tudo bem, fique à vontade...

            -- O senhor já foi submetido a alguma cirurgia? – Com certeza: apendicite, quando era pequeno; vesícula e cardíaca há pouco tempo. – O senhor queira me desculpar, mas não há possibilidade de cadastrá-lo com esse intento de doar. – Mas doutora, que me desculpe a sinceridade, mas eu tenho partes intactas em meu corpo, e com certeza deve haver alguém com necessidade delas. – Por exemplo? – A espingarda ainda está em forma e o meu bumbum nunca fora emprestado, as pregas estão íntegras. – Certo que muita gente está precisando, mas não cadastramos essas prendas íntimas, o senhor queira me desculpar, respondera a doutora Patrícia, mas quanto ao bilau poderemos conversar reservadamente...

            E assim, deveras frustrado, mas animado, me recolhi a minha insignificância.

 
Ansilgus
Em revisão/construção

Foto: Google

ansilgus
Enviado por ansilgus em 06/12/2011
Reeditado em 06/12/2011
Código do texto: T3375194
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