A Dondoca e a sua Consciência Ecológica
Isaurinha não lia. Os livros lhe davam sono. Não freqüentava cinema, ainda mais, depois, que o marido lhe disse que ela roncava durante o filme. Consumia aquilo que estava na moda, independente de gostar ou não. O importante era ser como os ricos e os famosos.
A opinião dos outros ditava seu comportamento, seus gostos, suas roupas e sua vida.
Em uma revista, descobriu que a consciência ecológica estava em alta. Decidiu que daquele dia em diante, iria amar o verde. Só não abria mão de seus casacos de pele.
Num final de semana, viajando de carro com o marido e a filha de sete anos, advertiu severamente a menina que jogara um pacote de balas vazio pela janela.
-Querida! Não se deve sujar a natureza!
- Eu sempre jogo e a senhora não fala nada!
Sem se constranger pela resposta da pequena, sentenciou:
-É, mas, agora não pode mais!
-Mas mãe, o que eu ia fazer com o saco que estava todo lambuzado?
De uma forma carinhosa e didática, explicou:
- Espera, guarda do ladinho e quando a gente passar, joga no rio.