SÓ RINDO III
Em alto mar o barco naufragou. Ficou um sujeito nadando sem destino e sem esperança.
Prato cheio prá tubarão.
E foi o que aconteceu. A mamãe tubarão chamou o filhinho e disse:
___ Vamos lá, vou ensinar a você como se come um náufrago.
O tubarão filhote já foi chegando cheio de dentes:
___ Não, não - disse a mamãe tubarão - não é assim. Tem que ter todo um ritual e eu vou lhe ensinar. Primeiro você chega perto do náufrago e fica rodando em volta, mostrando a barbatana do lombo, que é prá ele ver a gente.
E assim fizeram. A mamãe e o filhinho tubarão ficaram nadando em volta do pobre coitado, apavoradíssimo.
Depois a mamãe tubarão disse:
___ Agora a gente nada em volta e vai dando pulos para cima, mostrando todos os nossos dentes... fazendo careta de bem feroz.
E a mamãe fez e o tubarãozinho repetiu. Ficaram nadando um tempão em volta do infeliz, a cada pulo abriam a boca e mostravam todos os dentes.
Ai a mamãe disse:
___ Agora sim... vamos comer.
E devoraram sem pena nem piedade o náufrago.
De barriga cheia vão embora felizes, mamãe e filhinho tubarão. E este moleque peixe pergunta:
___ Mãe, por que a gente não comeu logo? Por que a gente tem que ficar dando volta e assustando a comida?
___ Sabe filhinho... eles são mais saborosos sem merda dentro.
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Antes de apagar a luz para dormir a madre superiora diz a freirinha:
___ Durma com Deus.
E esta exclama:
___ É o jeito... né !
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O velhinho bom marido ficou preocupado porque sua velha estava ficando surda.
Ligou para o médico:
___ Alô, é o Dr. Ambrósio? Quero marcar uma consulta prá levar minha velha para exames, ela está ficando surda.
___ Bem - disse o médico - posso marcar para amanhã, tal hora. Mas vá fazendo uns testes com ela prá gente já ter uma idéia da surdez dela.
___ Mas como?
___ Faça o seguinte. Fique longe dela uns dez metros. Pergunte a ela alguma coisa, fale em tonalidade normal e observe se ela responde. Se ela não responder você vai diminuindo a distância, gradativamente. Ai quando vocês chegarem prá consulta eu já vou saber mais ou menos qual o grau de dificuldade que ela tem prá ouvir. Entendeu?
___ Sim. Vou fazer os testes.
Foi até a cozinha, onde sua mulher estava cozinhando e numa boa distância disse em tom normal de conversa:
___ Amor. O que você está fazendo para o nosso almoço?
Nada de resposta.
Ai o velhinho chegou mais perto dela dois passos e tornou a perguntar:
___ Querida, o que vamos ter para o almoço?
Nada.
O velhinho diminuiu mais dois passos:
___ Tetéia - o velho era do tipo que chamava a mulher ainda de tetéia - o que você está fazendo para a gente almoçar?
Nada.
Dai o velho chegou bem perto. No cangote. Quase no ouvido da velha e tornou a repetir a pergunta:
___ Fofinha querida. O que você está fazendo para o nosso almoço?
A velha virou-se irritada para ele e respondeu:
___ Frango. Frango, frango... mas que diabo, já respondi isso prá você quatro vezes !
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O bom baiano está deitadão na sua rede, naquela tranqüilidade de Deus:
___ Ô Mãinha... nós temos pomada prá queimadura?
___ Tem não meu dengo... por acaso uma taturana encostou em ti?
___ Ainda não mãinha... mas tá chegando perto...
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Um grupo de motoqueiros vestidos de negro, musculosos, fortes, barbados, (bem... você leitor deve manjar, já viu nas rodovias), estava viajando por uma estrada com suas motos halley-davinson, grandes, poderosas e lindas.
Pois bem... de repente o grupo avistam uma moça pronta para pular de cima de uma ponte para um rio profundo e cheio de corredeiras.
Todos param e o chefe da turma, um cara grande, machão, tatuado, com jeito rude e bruto, vai até a garota e pergunta:
___ O que você vai fazer?
___ Vou me suicidar - responde a moça sensivel e delicada.
O chefe motoqueiro pensa um pouco e diz:
___ Bem... já que você vai pular, por que não me dá um beijo antes?
A mocinha concorda fazendo sinal de sim com a cabecinha linda de cabelos cacheados.
O bruto saradão enlaça ela pela cintura e tasca aquele beijo de novela, de linguas girando loucamente, demorado.
Ao ver aquilo todo bando de motociclistas aplaude. Ai o chefão separa a boca dos lábios da garota, continua a segurá-la pela cinturinha... mão boba deslizando prá bundinha e diz:
___ Este foi o beijo melhor e mais gostoso que eu já dei em toda a minha vida. Querida... prá beijo você tem talento especial... uma pena você querer se suicidar. Afinal, por que você quer morrer?
E a mimosa, toda dengosa:
___ Minha familia não gosta que eu ande vestido de mulher...
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Aquele casal estava se separando e na audiência o juiz determina:
___ Dou uma pensão alimentícia a sua mulher no valor de dois salários minimos.
___ Legal doutor... muito bom... eu também de vez em quando também vou dar alguma coisa...
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Um solteirão vivia sozinho, sozinho. Até que alguém sugeriu a ele que tivesse um animalzinho de estimação... "ajuda a passar o tempo"... "mantêm a cabeça ocupada"... "faz companhia".... enfim, esse papo.
Vai dai que o cara foi a loja de animais (me recuso a dizer "pet") e disse ao dono que queria um animal incomum... que ningüem tivesse, exclusivo.
Vai daqui... vai de lá... olha esse... olha aquele... e o cara escolhe uma centopéia, macho, com cem pézinhos... cinqüenta pés de cada lado do corpo magro e longo.
Arrumou uma caixinha e ficaram ali fazendo amizade, amando um ao outro como bons amigos, até porque nesta história a centopéia fala.
Até que um dia ele convidou a centopéia:
___ Quer ir até o bar comigo? Tomar uma cervejinha?
___ Legal... topo mesmo... vamos nessa... - disse a centopéia na voz de centopéia de desenho animado.
O cara se arrumou e chamou a bichinha:
___ Tô pronto, vamos "simbora".
E a centopéia lá no quartinho dele, feita de caixa de sapato, nada de responder.
___ Ô centopéia... vamos pô... que demora é essa?
E nada de resposta.
___ Cacete ! - disse o cara na porta do quartinho, já perdendo a paciência - VOCÊ VAI OU NÃO VAI COMIGO AO BAR, BEBER UMA CERVEJA?
Ai ele ouve a vozinha da centopéia lá dentro da caixa de sapatos:
___ Calma, pô... tô colocando os sapatos !!!!!!
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O policial federal, com pinta de policial americano, todo... todo... enfim... todo, vai a uma fazenda e manda chamar o velho fazendeiro e diz naquela voz própria de autoridade:
___ Estou aqui em missão oficial. Há uma denúncia de plantação de maconha na sua fazenda, por isso preciso vistoriar.
___ Tudo bem, sem problemas - responde o fazendeiro - pode ficar a vontade. Mas por favor não vá até aquela área cercada ali adiante.
O autoridade cresceu:
___ Quem é o senhor prá me dizer aonde ir e aonde não ir? Sou autoridade, veja o crachá - e tira do bolso o crachá de autoridade - tá vendo o crachá? tá vendo o crachá? Eu tenho autorização de entrar aonde eu bem quiser... fui claro? Fui claro? Concorda comigo?
O autoridade crescia e o fazendeiro diminuia de tamanho levando toda aquela bronca.
O fazendeiro educado pede desculpas, diz a ele que vá aonde bem quiser e volta ao seu trabalho.
Vai de cá, vai de lá, passa o tempo e o fazendeiro ouve a maior gritaria vindo do cercado que ele havia indicado ao policial.
Corre lá e vê o policia correndo, todo assustado, e na base de "pernas-prá-que-eu-te-quero", com um enorme touro atrás dele. O touro Assassino... o mais perigoso e conhecido por aquelas bandas.
O fazendeiro acode, sobe na cerca e grita:
___ Mostra prá ele o seu crachá... mostra prá ele o seu crachá... mostra pra ele o crachá...
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Dois bons baianos estão cochilando as margens de uma rodovia.
Nisso passa um carro importado e alguém joga uma nota de cem reais. Ou então, foi algum deputado fugindo que deixou escapar pela janela aberta. Essas coisas só acontecem em piada e a gente nunca sabe direito por quê. Aceitem assim, ora pois, pois...
A nota de cem sai voando pelo ar, cai até o chão, e fica prá lá, prá cá... deslizando no asfalto.
Passa uns cinco minutos, um dos bons baianos vira-se (lentamente, claro !), vira-se para o outro e diz:
___ Maninho... sabe o que tô pensando?
___ Sei não criatura.
___ Se o vento mudar prá nossa direção a gente ganha o dia.
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E tem a história do cara que saiu do Brasil e foi caçar no Canadá. Comprou arma pesada, botas, luvas, casaco, todos aqueles beleguedeches de caçador.
E chegando lá, devidamente uniformizado, saiu para caçar.
Andou alguns quilometros a procura de caça.
Encontrou um urso.
Um urso grande, pardo, tranqüilo, tipo Zé Colméia, comendo frutinhas.
Ele apontou o fuzil... engatilhou a arma... click... o urso ouviu o barulho e ficou petrificado no lugar.
O caçador apontou e... tec... um barulhinho de merda, porquer a arma falhou.
Ai o urso se enfureceu.
Correu atrás do caçador, que imediatamente jogou a arma fora e pernas-prá-que-eu-te-quero.
Mas foi alcançado. O urso olhou prá cara dele irritado. Soltou um urro de urso. Um bafo de urso. Arrancou toda a roupa do caçador, colocou-o de quatro e ... pimba... bem... digamos prá ficar no limite da educação... o urso era mais safado do que assassino. Usou e abusou do caçador.
Depois deixou ele ir embora.
E o caçador foi. Envergonhadíssimo. Chateadíssimo. Aborrecidíssimo e todos os íssimos que você, leitor, é capaz de imaginar um caçador arrasado.
No ano seguinte, na outra sua férias, o caçador resolveu voltar ao Canadá para caçar urso novamente. Comprou todas aquelas porcariadas que compram pessoas que gostam de maltratar animais.
Saiu de fuzil na mão, andou alguns quilometros.
E encontrou novamente o urso pardo, maior do que o ano anterior, deitado de pernas pro ar, brincando com algumas flores.
Ah! - pensou o caçador. É agora que eu me vingo e acabo com esse urso.
Apontou o fuzil, mirou, engatilhou... click. O urso ouviu, assustou-se, pôs-se de pé, ficou um alvo melhor e o caçador disparou.
A arma picou de novo e o tiro falhou.
O caçador nem esperou por nada, saiu em desabalada carreira. E o urso atrás dele. Corre pra cá, corre prá lá, escorrega, cai, levanta, e quando menos o caçador espera tá lá o urso encima dele. Com uma cara que era só sorriso.
Deixou o cara pelado mais uma vez.
Colocou o caçador de quatro e... putz... que urso mais pilantra e safado !
Deu uns beijos de despedida no caçador e soltou ele novamente.
Ele foi embora, novamente muito... muito... muito infeliz.
Na primavera seguinte o caçador pensou: volto lá e acabo com aquele urso.
Comprou todo uniforme de caçador novamente. Comprou um fuzil novíssimo. Balas novas. Ajeitou tudo e mandou-se para o Canadá.
Estava ansioso prá encontrar o urso f-d-p.
Não demorou achou o urso, num riacho de corredeiras, caçando salmão, feliz da vida. Só não estava assobiando e pescando porque urso ainda não aprendeu a assobiar.
O caçador foi chegando devagar. O mais próximo que pode. E o urso distraido pegando salmões. Chapinhando na água. Um Zé Colmeia grandão, pardo, coisa mais linda.
O caçador apontou o fuzil... preparou a arma... click.
O urso ouviu esse click.
Sorriu de volta.
O caçador disparou o fuzil.
P-Q-P... falhou novamente - coisa impossível, pela terceira vez... mas aconteceu.
O caçador ó: saiu queimando os sapatos, correu prá valer, esconde aqui, esconde ali, cai, levanta, pula e o urso atrás urrando.
Novamente ele cai. E fica ali... completamente desamparado.
O urso pula encima dele...
Dá umas lambidas no seu rosto e pergunta:
___ Fale a verdade, cara! Você não vem aqui todo ano só prá caçar, né ?
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