Quem merece até os paus batem
Cresci numa pequena cidade do interior,onde as famílias sempre estão juntas,umas ajudando criar os filhos dos outros.
A mãe de minha mãe a ajudava muito,o que trazia à nós netos alguns problemas se è que mim entendem.
Minha avó Maria como a chamávamos era chegada em dar umas boas surras em alguns netos,acredito que era em quem menos se afeiçoava.os motivos eram vãs.
Certo dia quando tinha cerca de 8 anos de idade,ajudava a cuidar de 3 irmãos mais novos,que neste dia estava sobre a responsabilidade dela,responsabilidade esta que ela passava pra mim.
Pois neste dia cedo pela manhã,buzinou na casa dela um bendito carro,então ela :vá ver se é seu tio e continuou deitada.obedeci ,mas ao abrir a porta o caminhão ia dobrando a esquina,deu pra a cor da cabine,amarela .entrando disse:minha vó era um carro um caminhão amarelo.ela disse:corra!!vá até a esquina e veja se era ele,como se isso fosse adiantar uma vez que já ia longe.mesmo assim obedeci.corri até a esquina.atrás de mim vieram meus três irmãos zinhos,a caçula ainda aprendendo a andar.imaginem a minha surpresa ao ver minha vó atrás de nós enfezada,parecia um boi bravo.
Então eu e o meu companheiro Roque nos entreolhamos e imediatamente sabíamos que levaríamos uma surra,corremos ligeiro,sabendo que ela viria mas devagar por conta das passadas dos pequenos.pegamos tudo que era cinto do meu vô ,já falecido na época,jogamos tudo num quintal vizinho,à essa altura dos acontecimentos ela já estava em casa,e agora pra gente entrar ,te confesso não tínhamos coragem,ficamos debaixo de uma cobertura precária onde se refugiavam ao lavar roupa,pois é nos sérvio de abrigo naquele dia chuvoso ,muito frio ,mas o medo era maior,sem almoço ficamos ali a espera não sei do que.pois bem estava anoitecendo,precisamos entrar.
Minha vó muito esperta começou a nos amedrontar,dizia-nos :olha o lobisomem,cuidado a noite ta chegando...
Pois é ela estava em vantagem conseguiu nos deixar temerosos. De mãos dadas,eu e meu querido irmão fomos encarar a situação.mas à nossa frente tinha um limo (musgo verde escorregadio no chão)não deu outra tomamos uma queda daquelas.
Nossa querida avó ri-se até não querer mais e repetia: quem merece até os paus batem. Kkkkkkkkkkkk
Quem merece até os paus batem. Kkkkkkkkkkkk
Cabisbaixos e morrendo de frio nos damos as mão levantamos e fomos juntos tomar banho e lavar nossa roupinha.
Mas a danada da minha avó não estava satisfeita,esperou tomarmos banho e lá foi ela com seu corpo robusto,toda dura,tinha cerca de 73 anos mas não parecia tamanho era o seu vigor.
Lá foi ela arrancar um sipó pra nos bater e saciar sua sede de “corrigir” ficamos a espreita olhando aquela que seria nossa futura surra se aproximar,mas de repente ,pasmem!!
No mesmo lugar em que caímos ,vimos aquele corpo robusto voar e chocar-se contra o chão,nossa alma foi lavada e gritamos com prazer é !!!QUEM MERCE ATE OS PAUS BATEM KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.
Imaginem como é criança nestas horas foi risada a noite inteira e até hoje mim sinto de alma lavada e não esqueço: QUEM MERCE ATÉ OS PAUS BATEM.
Graça Noronha