Humor – O pianista do palácio
HUMOR – O pianista do palácio – 24.07.2008
Conhecera aquele velhinho poderoso no Rio Grande do Norte em uma de minhas passagens por aquelas plagas; a terra do jerimum como antigamente era chamada. Político atuante, de alto prestígio em Brasília, tinha até a liberdade de ligar diretamente para ministros, inclusive o da fazenda, que era o grandão de antigamente.
Eleito pela terceira ou quarta vez para o senado, era querido pelo seu povo, principalmente o do interior, onde mantinha atividades agropecuárias em terras secas, estorricadas, boas mesmo para a caprinocultura. Mas criar bode era antigamente uma verdadeira desonra ao campesino do nordeste, e até hoje ninguém nunca me explicou os motivos. Sem água, sem pasto e com a obrigação de fornecer ração suplementar eles gostavam mesmo era de cuidar da bovinocultura, que dava mais “status” perante a sociedade e à rede bancária. Bem, esse é o meu entendimento.
Coração do tamanho de um “trem” havia prometido conseguir uma colocação, um emprego para um apadrinhado político. O danado foi que na hora de fazer o rateio dos cargos não é que sobrara o nome do cidadão! E agora, fazer o quê? Aproximou-se do governador, homem muito conhecido e conceituado, de família tradicionalíssima, e falou do problema que ora estava enfrentando, ouvindo a seguinte resposta: – Senador, não há vaga de motorista no palácio e, além do mais, o cara não sabe dirigir. Foi lá, veio cá, pensativo, quando surgiu uma brilhante idéia: - Governador pode nomear meu apadrinhado como pianista do palácio! – Exclamou. – Mas no palácio nós não temos piano, senador. – Tem nada não, faça a nomeação e o aposente ao mesmo tempo. E foi o que aconteceu.
Quando se quer ajudar sempre há uma brecha, disse, e se abraçaram sorrindo pelo meio do salão, ao som de músicas de um disco de orquestra estrangeira do mais alto gabarito.
Ansilgus
Até outro dia.
Fiquem com Deus.
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