A fantástica família das maravilhosas mulheres sem idade certa
Manuela tem treze anos, mas no que se refere a manter armário ou quarto organizados - entre outras leves tarefas domésticas - jura ser dez anos mais jovem (mas ninguém crê nisso).
Luísa é caso oposto: pensa que tem sessenta e dois, isto é, cinco décadas a mais; há quem acredite nela (também por isso sua amizade com Manu é importante).
Gemille carrega seus trinta e um e a cédula de identidade, para não ser barrada em baile, como já o foi (o namorado da época, quatro anos mais jovem que ela, entrou sem problema)(ela, até hoje, guarda mágoa do porteiro).
Nos melhores dias (e principalmente aos olhos de certo rapaz gentil) os quarenta e cinco anos de Gina não passam de trinta; desde o fim da tristeza jamais alcançaram novamente seu tempo real (há quem pergunte que 'tipo' de formol ela usa; "Paz", responde a convencida).
Dália, com dezesseis, diz ter dezoito, mas quer (porque quer porque quer) mesmo é ter vinte e um; sua mãe não cabe em si de ânsia que tal data chegue (mas ninguém acredita nisso, não).
E Vilma, que após seis meses perambulando pela Europa, ali passou o aniversário de vinte e cinco anos, não vai (nunca mais!) ter mais que isso (nisso, todo mundo crê).