cocô dourado...
Naquele dia Dona Rufa caprichara no cardápio: frango caipira ao molho de tomate, polenta, salada de almeirão e arroz branco. O segredo do tempero? uma dose farta de amor.
Após se fartarem do delicioso menu, e do vinho tinto , os comensais começam a discutir, assuntos banais, que ajudassem na digestão... que ninguém é de ferro!
-- Você é uma pessoa de ouro , declara-se a irmã mais nova da anfitriã.
-- Ouro vale a sopa - com pó de ouro - que alguns restaurantes requintados servem em São Paulo ... retruca o filho estudado, metido a entender de tudo.
-- nada que se compare ao cardápio da dona Rufa.... fala com a boca cheia o marido. O filho mais que depressa , continua seu discurso de bom entendedor :
-- claro, um empresário fino, que fecha um contrato de milhões de dólares não pode fazê-lo em outro ambiente senão em um restaurante do naipe desses aí... e, obviamente, fazem questão de fechá-lo com chave de ouro !
-- espera aí, -- contrapõe a mulher -- mas, pra quê o ouro na sopa? -- seria só pra depois evacuar merda dourada? Ao que a filha muito espirituosa responde :
-- não mamãe, talvez para depois comentar orgulhoso entre os amigos: eis aí uma merda que vale ouro!
Quem fecha - com chave de ouro- o assunto, é a anfitriã, com toda sua sabedoria e simplicidade:
-- Credo gente, pra que tanta discussão, se o destino de tudo será um só, e o fedor da merda da sopa de ouro não será nem um pouquinho diferente do fedor desta comida...
BENVINDA PALMA