Ilusão da Aparência

Ilusão da Aparência

Ilusão da Aparência

Que triste sina da vida

Ser tão grande a influência

Do que por fora se apresenta

Como pode ter valida

Algo vil, se sublime ser aparenta

Passa a lo largo, é respeitado

E quem sempre vive a penar

Por mais changas que tenha puxado

Sempre é preterido

E a crista tem que abaixar

Como aceitar neste mundo

Que os bons e humildes

Sempre fiquem por segundo

Por não ostentarem tesouros

Enquanto os espertalhões

Seguem trilhando glórias

O povo só leva estouros

Por mais que não passe de estória

A casca dos tubarões

Quantas vezes já se soube

De roubalheiras e gabolices

Quando um enternado

Aparentando ter cobre e prata

Com trejeitos, besteiras e tolices

É sovado de honrarias

Da nó em bancos e lojas

Enquanto Josés e Marias

Gente humilde e trabalhadeira

Recebem palavras jocosas

Da gente poderosa e interesseira

Quanta gente rica esnobe

Nega contas à galhardia

Sem lugar para guardar os cobres

Gastando a reviria

Enquanto o pobre coitado

Deixa até de comer

Faz o que pode e não pode

Para a conta não vencer

Para ver o carne quitado

Honrando o fio de bigode

Que herdou dos antepassados

É hora é chegada a vez

Dos honrados se erguerem

Deixarem de ser mansa rês

Assumirem seu lugar

Acabar com a canalhice

E a humanidade enfim saber

Que os valores são maiores

Não importa o que aparenta ser

Pois na grande maioria os pobres

É que devemos enaltecer

Dante Trindade
Enviado por Dante Trindade em 21/09/2011
Código do texto: T3232333
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