Ilusão da Aparência
Ilusão da Aparência
Ilusão da Aparência
Que triste sina da vida
Ser tão grande a influência
Do que por fora se apresenta
Como pode ter valida
Algo vil, se sublime ser aparenta
Passa a lo largo, é respeitado
E quem sempre vive a penar
Por mais changas que tenha puxado
Sempre é preterido
E a crista tem que abaixar
Como aceitar neste mundo
Que os bons e humildes
Sempre fiquem por segundo
Por não ostentarem tesouros
Enquanto os espertalhões
Seguem trilhando glórias
O povo só leva estouros
Por mais que não passe de estória
A casca dos tubarões
Quantas vezes já se soube
De roubalheiras e gabolices
Quando um enternado
Aparentando ter cobre e prata
Com trejeitos, besteiras e tolices
É sovado de honrarias
Da nó em bancos e lojas
Enquanto Josés e Marias
Gente humilde e trabalhadeira
Recebem palavras jocosas
Da gente poderosa e interesseira
Quanta gente rica esnobe
Nega contas à galhardia
Sem lugar para guardar os cobres
Gastando a reviria
Enquanto o pobre coitado
Deixa até de comer
Faz o que pode e não pode
Para a conta não vencer
Para ver o carne quitado
Honrando o fio de bigode
Que herdou dos antepassados
É hora é chegada a vez
Dos honrados se erguerem
Deixarem de ser mansa rês
Assumirem seu lugar
Acabar com a canalhice
E a humanidade enfim saber
Que os valores são maiores
Não importa o que aparenta ser
Pois na grande maioria os pobres
É que devemos enaltecer