TELEMARKETING COM A VANESSA
Você corre a ponto de ficar quase sem fôlego e atende o telefone. Uma voz doce e suave (quase sensual) anuncia:
- Boa tarde, senhor(a)! Meu nome é Vanessa, eu sou...
Aos poucos a interlocutora do outro lado da linha vai se tornando inconveniente pela insistência em te oferecer um produto que você não pediu e que pela mesma razão, obviamente não precisa. Nessa altura dos acontecimentos você já está com asco daquela vozinha açucarada insuportável e morrendo de vontade de desligar o telefone na cara dela, mas continua ouvindo-a heroicamente até que finalmente vencido(a) pelo cansaço você diz:
_ Tudo bem, vou pensar, ligue amanhã.
-O.K. senhor(a), eu retorno amanhã, obrigada!
“Ufa! Até que enfim essa chata desligou” você suspira aliviado(a).
E amanhã como vai ser? Simples, mande dizer que você não está em casa, porém eu advirto: um dia a Vanessa, a Kátia, o Fernando ou qualquer outro operador de telemarketing vai te pegar de novo, afinal o trabalho deles é esse mesmo, encher a nossa paciência. Não tanto por culpa deles é claro, mas de seus empregadores.
É pessoal, o negócio é sério. Tem gente que desenvolve fobia de operador de telemarketing. Tem gente até usando essa classe de operários obstinados para ameaçar e assustar criancinhas.
Dia desses ouvi uma mãe falando ao filho que se recusava a comer: “se você não comer tudo menino, o operador de telemarketing vai vir te pegar na próxima vez que o telefone tocar”.
Criança de hoje é sabida, sabe que o bicho papão não existe e que o operador do outro lado da linha pega (no pé) mesmo.
Minta, não atenda, diga que está no meio de um sexo delicioso com a sua atriz ou ator predileto, mas não maltrate o operador de telemarketing, porque um dia você poderá estar no lugar dele. E aí...
_ Boa tarde senhora! Meu nome é Marcelo. Com quem eu falo, por favor?
_ É a Vanessa.
_Já sei Vanessa, eu retorno amanhã, obrigado!