Prosa Caipira. 17. (Trocando o Sobrenome)
Trocano o sobrenome...
Eu tava vindo cum minha caminhoneta véia da roça. Mais na frente, uma muié acenô pidino carona. Num gosto de dá carona pra muié, o povo cumeça a falá... mais quando eu vi qui era uma viúva qui ajudava na igreja, vivia sempre rezano, intão eu parei a caminhoneta. Ela num mi cunhicia, mais eu cunhicia ela.
Durante o trajeto ela priguntô meu nome:
- Eu mi chamo Izé...
-Izé de quê! - priguntô ela.
- Izé... e meu sobrenome é aquilo qui a sinhora fica sigurano na mão até durmi toda noite! - brinquei cum ela.
Bão, cuando ela desceu ela me disse:
- Brigado, seu Izé Pinto!
- Meu nome é Izé do Rosário, sua safada!
Fim.