Mudanças & Casamentos
Temos que nos habituar ao pós-tradicionalismo. Ocorrem mudanças e se instalam novas dúvidas. Por exemplo: que expressão deve consolidar o casamento gay: eu vos caso marido e marido? Crescei-vos, multiplicai-vos ou homossexualizaí-vos deixou de ser desreipeitoso. É acréscimo dos direitos sociais ao velho mundo espiritualizado atualizado. Do contrário estaríamos vendo ainda a homossexualidade como delito espiritual.
Tomar a reprodução como base da família é ofender até solteirões quanto ao direito. A falta de filhos remete ao controle da natalidade e isto foi o pomo de adão da discórdia na época da sexualidade que virou sexista. Ficou acertado: o casamento deve ser realizado para os outros e entre si. Com esta máxima revelou-se a obsessão pelo direito a todos os tipos de casamento. (Já as justas núpcias é um fenômeno de união, raro, mas natural). Na Índia celebram casamento entre rãs. Nunca ouvi dizer que algum indiano tivesse casado com uma. Hoje em dia todos querem casar com alguém e é crime bem mal visto casar com mais de uma pessoa. No futuro haverá luta pelo direito ao casamento grupal. Poliandria já! Poligamia sempre!
Nessa primeira fase de devolução da natureza ao mundo do livre arbítrio foram necessárias coloridas passeatas, juízes se opondo, polêmica nos tribunais, votações extraordinárias. Ficou acertado de que é anticoncepcional o casal gay, nunca inconstiticional.
Muda também certos valores. O amigo de trabalho pode pedir você em casamento. Não há leis que proíbam um gay de pedir um hetero em casamento. São novos instantâneos que ocuparão várias cenas de novelas e filmes. Vale novamente o livre arbítrio que é a maneira de dizer que em algum momento o estado não tem nada a ver com isso. Depois de exaustivas batalhas haverá casos atípicos de divórcio. Uma delas assisti pelo noticiário televisivo: gay pede divórcio e demissão do seu casamento por não concordarem com o mesmo canal da televisão. Um queria assistir à novela e o outro a luta livre. Somam-se ao caso de José e Simão que se casaram feliz numa festa branca, azul e rosa. Depois de alguns anos de felicidade José por ele mesmo resolveu operar totalmente os genitais virando Suzivera. (Nome totalmente fictício, pois o que se deseja alcançar e a compreensão da mudança, nunca a moral da mudança) Daí que Simão antes gostava era de José, José. Suzivera tornara-se impraticável. Nova batalha judicial pela partilha dos bens masculinos acumulados nos anos de relação. Só no fetiche de coleção de chuteiras autografadas acumularam um vasto patrimônio. Exóticas relíquias.
Parecerá feio dizer: nós, heteros! Soando como contrapartida opositiva. Temos nós homens para mulheres que observar uma mulher selvagemente bela sem defesa para uma opção moderna. Difícil saber ás vêzes se ela permanece na velha tradição feminina de gostar de homens. Pode ocorrer de a lésbica sentir o inseduzível olhar masculino como se fosse agressão não verbal. O homem vai e avança com suas palavras de cortesia. Na outro dia ela se faz conhecer através de algum amigo.
- Que insensiblidade da sua parte. Não viu que a garota era lésbica? A única reação disponível é:
- Nunca mais "falo" com ela.
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