AMOR BANDIDO
AMOR BANDIDO
Foi numa tarde de sereno,
Que eu conheci o moreno,
Que ía a minha vida mudar...
Bonito, alto e galante,
Bem vestido e elegante.
No seu linguajar falante,
Deixava-me confiante
E até disposta a amar...
Depois daquela euforia,
Ainda cheia de alegria
Cantarolava de dia,
Para de noite chorar...
O moreno, então, sumia,
De manhã, aparecia,
Cheio de sono e dormia,
Enquanto eu me consumia
E me dispunha a rezar...
Pedia a Deus pra me livrar,
Daquela praga indolente,
Só queria banho quente,
Sem minha conta pagar!!!
Tive uma idéia vibrante,
Peguei sua roupa elegante,
Joguei no lixo o bastante,
Para desnudo o deixar:
Ao despertar da aurora,
Antes que ele dormisse,
Mandei-o, logo, embora
Fazendo-se de mandante,
Numa atitude arrogante,
Me esnobou, me humilhou...
Então, peguei a vassoura,
A fim de o expulsar,
Ele quebrou minha arma
E disse: só vou se pagar...
Veja você, meu amigo,
Caí numa boa esparrela,
Penso só aqui, comigo:
Como me livrar dela?
Às mulheres solitárias;
Desconfiem logo no instante,
Em que conhecerem um tratante,
Não acreditem em rodeios,
Muito menos galanteios,
Se querem um companheiro,
Fiquem longe dos galantes
E só prefiram os ficantes...