A pessoa perfeita?

"Amar é o exercício de descobrir o que o outro tem de mais lindo, mas também de mais vergonhoso. Amores perfeitos só existem nas projeções. Ou nos Jardins... " - Fábio de Melo

O amor perfeito é sempre o amor impossível, inacessível, o amor que não corresponde à realidade tipo Sherek e Fiona, sabe?

Infelizmente, o mito do amor romântico é fortalecido pela nossa cultura através da própria literatura onde o ser humano possui o desejo de encontrar no seu mundo exterior a solução para suas imperfeições.

É quase uma camuflagem. Buscamos encontrar a cura para nossas precariedades, passamos a buscar nas coisas, nas pessoas e nas situações o remédio que curaria nossas incompletudes.

A verdade é que não somos perfeitos, mas queremos a todo tempo realidades perfeitas. Oi?

O próprio conceito de perfeição, que vem do grego, alude o fim de um projeto de arte, portanto o conceito de perfeição não pode ser atribuído a nós, meros seres humanos num interminável processo de construção.

O poder do mito move essa procura por pessoas perfeitas que venham suprir nossas imperfeições. Inconscientes ou não vivemos uma busca desonesta e mesquinha de pessoas que correspondam às expectativas de nossas projeções e idealizações.

O mito nos retira do contato com a realidade. A partir dele, passamos a procurar as realidades ideais, a pessoa ideal pra casar, o lugar ideal pra morar, o lugar ideal pra trabalhar, estilo comercial de margarina.

Minha gente, o conceito da palavra ideal se resume em “tudo aquilo que compõe o objeto de nossa mais alta aspiração”, ou seja, ideal só existe na idéia.

O ideal pode ser muito benéfico, pois nos movimenta evitando assim sua estagnação, mas ao mesmo tempo pode ser altamente nocivo quando nos impossibilidade a vida real. “Viver de projeções que não podem se adequadas a realidade é o mesmo que não viver” essa doeu.

Fábio de Melo disse uma vez: Não existe a pessoa “ideal” existe a pessoa “certa”. A pessoa certa é cheia de defeitos e qualidades, mas a somatória de tudo resulta uma realidade pela qual o outro se apaixona. E é, essa verdade que favorece o surgimento do amor maduro sem idealizações. Lindo né?

Uma coisa é certa, nós sabemos quem somos, enquanto o outro, imagina o que somos. Cabe a nós permitir que essa imaginação seja autêntica ou equivocada.

À luz do livro "Quem me roubou de mim" - Fábio de Melo

Dayane Mendes Rezador
Enviado por Dayane Mendes Rezador em 27/06/2011
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