HISTÓRIA Nº 01 – AS TRÊS AMIGAS E O TÁXI

Jovita, Sulamita e Enilde saíram do clube por volta das 14 horas, em seus trajes de banho da última moda. Com seus maiôs, cangas coloridas, chapéu de palha e óculos encobrindo quase todo o rosto, juntamente com suas sacolas de praia com bronzeador e toalha de banho.

As três cinquentona simpáticas, eram as próprias peruas da grande aldeota, quando esta se encontrava em seu ápice.

Conversando e rindo sem parar, lembrando gralhas alegres, elas pararam na calçada e Sulamita estendeu a mão chamando um táxi.

O táxi parou elas entraram. Sulamita sentada no banco da frente e Jovita e Enilde no banco de trás, sempre rindo e falando, as três pareciam em êxtase geral, sem se quer dar importância ao motorista.

De repente, Jovita parou de falar, e assustada cochichou no ouvido de Enilde, que não conhecia aquele caminho, e que o motorista do táxi estava sequestrando as mesmas, já que esse negócio de sequestro relâmpago virou moda.

Enilde, sempre metida à corajosa, encheu o peito, arregalou os olhos para o motorista, e falou: “O senhor sabe quem sou eu? O senhor está nos sequestrando? Pois não sabe com quem está se metendo! Não temos medo do senhor!”

O homem deu um olhar de desprezo, e com a voz firme e grosseira, disse: “Minhas senhoras, vocês entraram nesse táxi, não pararam de falar um minuto, não disseram para onde iam, e eu fui indo em frente esperando que falassem alguma coisa, e vocês nada. E agora, vocês querem me acusar de sequestro? Dai-me paciência! Vocês são umas loucas! E essa outra que sentou aqui na frente e colocou a mão no meu ombro? Que tipo de doidas vocês são? Eu quero é me livrar de vocês o mais rápido possível. Inclusive, já estou no meu horário de almoço. Decidam para onde vão e finalizamos tudo.”

Sulamita pediu mil desculpas. Explicou que estava acostumada a andar com o seu marido, por isso colocou a mão no ombro dele, puro costume. E as três bem envergonhadas de toda aquela cena, se desculparam e informaram finalmente, o endereço para onde iam.