O JÚRI SIMULADO

Corria o ano de 1967. Primeiro Júri Popular da recém criada Comarca de São João do Rio do Peixe. Inaugurando a sala de julgamentos daquele Fórum, o Seu Zezé Calixto, de família tradicional da cidade, era julgado de um crime de assassinato que cometera há cerca de dois anos antes por motivo fútil.

Apesar de toda preparação, não passava – como era comum na época – de uma grande encenação. Só o povo que assistia a aquele julgamento não sabia da armação.

Seu Zezé é interrogado pelo Juiz, de como ocorrera aquele fato lamentável:

- “Seu doutô, nós era amigo demais... o falecido era lá de casa. Acontece que ele era muito afobado e nós travemo uma discussão besta...quando ele peita numa mesa que tinha uma faca. Né que a faca caiu e ai ele caiu por cima da faca e furou-se?”

Nisso o promotor interrompe lhe perguntando:

- “Seu Zezé mais é que foram três facadas!”

O réu com a maior cara de pau:

- “É porquê foi três quedas doutô!”

FOI ABSOLVIDO...

Damísio Mangueira
Enviado por Damísio Mangueira em 07/06/2011
Reeditado em 08/06/2011
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