Prosa Caipira .13. ( Ispricá cumo!)
Ispricá cumo!
A muié do cumpadi Jão tá discunfiada dele. Vigia ele o dia inteiro mode ele saí prá gandaia. Ele tem uma casinha na idade e a égua deve tava pra dá cria e ele disse prá muié que ia prá rocinha dele. Depois duma hora ela foi atrás dele...
A égua tinha dado cria. Mais tava cuma inframação nas teta e num deixava a cria mamá. O cumpadi Jão tentava ver o qui era e a égua dava coice nele.
Ele, intão, amarrô o pescosso da égua no tronco do curral, amarrô uma das pata dela numa das cerca, pegô outra corda e amarrô a outra perna dela do outro lado da cerca deixano a égua cum as pernas iscranchada e bem aberta. Mais a égua mixia o rabo cum força e sapecava cada rabada na cara dele dexano ele nervoso.
Ele intão, pegô outra corda e amarrô bem o rabo dela, mas num cunsiguia arcançá o teto do curral. Pegô um tamburete véio e colocô atrás da égua e subiu no tamburete e amarrô o rabo da égua no teto do curral.
Ai, sô, a égua deu uma boa mijada nele e incharcô a roupa dele toda. Ele intão, desceu do tamburete, tirô a camisa e começô a tirá a carça pra mode trocá de roupa...
Quando ele oiô na cerca do curral a muié dele tava cum os óios arregalados e um pedaço de pau na mão olhando pra égua amarrada cum as pernas iscranchada, rabo preso no teto e um tamburete atrás da égua e o cumpadi tirano a roupa!E a muié dele gritô:
- Se ocê subi neste tamburete eu mato ocê, seu disgraçado!!!
Cá prá nóis... tem jeito de ispricá!!!
Fim.