O BARQUEIRO DE GOROBIXABA

O BARQUEIRO DE GOROBIXABA

Lamentavelmente, nos dias de hoje, os homens (eu disse homens e não deuses) que fazem e aplicam as leis se acham acima delas. Têm casos em que estes afirmam serem possuidores da verdade; e o resto mente.

Pois eis que em Gorobixaba, o reino onde tudo é belo, é bom e faz feliz; também se acham indivíduos com estas empáfias. Mas estes se viram em maus lençóis. Vejam como foi.

Nos cafundós do reino de Gorobixaba está a LAMEGO (Lagoa Maryeva Eduardozova de Gorobixaba), onde a piscicultura, tanto amadora como profissional são praticadas em larga escala. Um advogado, o CAPELO ORTROS e um deputado, o LULO IGNÁTIO, resolveram fazer uma pesca esportiva na referida lagoa. Para tanto contrataram um barqueiro para auxiliá-los.

O barqueiro, DOIDIVÂNIO, um senhor já em idade avançada, mas forte o suficiente para remar e conduzir o barco com ele e os dois passageiros à bordo. O barco, não estava em bom estado de conservação; também pudera com tanto tempo de uso no sustento da família!

Tanto o advogado como o deputado, metidos a sabichões. Logo que saíram do píer, os dois, percebendo a simplicidade do barqueiro, começaram a troçar deste.

Primeiro foi CAPELO ORTROS quem zombou:

- O senhor conhece de leis?

O DOIDIVÂNIO ainda remando respondeu:

- Não.

O advogado retrucou:

- Neste caso o senhor perdeu a metade da sua vida.

Depois foi o deputado; querendo parecer o maioral perante o advogado perguntou ao barqueiro:

- O senhor sabe ler e escrever?

O DOIDIVÂNIO respondeu:

- Não.

Sorrindo o deputado fez galhofa:

- Lamentavelmente uma pena, por que o senhor perdeu mais da metade da sua vida.

Quando já estavam no meio do lago, o barco se encheu de água, soçobrou; e todos os três estavam para caírem na água. O remador virou para os outros dois e perguntou:

- Vocês sabem nadar?

Responderam em uníssono:

- Não!!

- Pois então perderam a vida inteira.

N. B. Em Gorobixaba é crime zombar de outrem. Se algum dia o advogado e o deputado voltarem (rsrsrsrsrsrs); serão presos e julgados por preconceito cultural. (crime inafiançável em Gorobixaba).

(setembro/2007)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 18/05/2011
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