Acessibilidade versus necessidade
No sábado à noite, Gemille e eu conversávamos na varanda do apartamento, acompanhadas de vinho branco - suave e seco, respectivamente.
Todo mundo sabe como é conversa de mulher, principalmente quando se conhecem muito: uma mixórdia de assuntos, com observações cujos sentidos escapam a quem não tem um 'roteiro'. Falamos sobre nossos filhos, pais e irmãos; nos parabenizamos mútua e aliviadamente pelos 'ex' - que víramos passar como se o mundo lhes pertencesse; daí, a reflexão sobre nossa falta de paciência com oportunismo barato - seja de vendedor, político ou paquerador - e sobre nossa solidão racional e auto-imposta...
Nas garrafas, os líquidos já não passavam da metade. Distraída, eu falava em trocar os trilhos de alumínio das cortinas por "uns mais fáceis de usar, uns pauzinhos, baratinhos" (essa língua feminina!), quando Gemille disse: "Eita, Gina, sua situação 'tá ruim, hein? Procurando 'pauzinhos', e 'baratinhos', ainda por cima!"
É bom demais trocar idéias com quem (se) entende!