Prosa Caipira. 1. (O causo da Maria Bandinha)
O Causo da Maria Bandinha...
Numa pequena cidade do interior, pacata, donde tudo qui acuntece todo mundo fica sabeno, sucedeu o acunticidido...
Uma mocinha dota cidade mudou pra cidade donde o fato acunteceu. Intonce, claro, todo mundo quiria pô as mãos nela. Todo mundo no modo de dizê, os homi casado e rapaiz da cidade, claro, mode ser o primeiro a dá uma cafifada naquela moça bonita, meio bobinha e que era nova no pedaço.
Bão, daí uns dias, surgiu o cumentário em boca miúda de que ninguém consuguia bota os mijadô pra brigá cum ela, o saco do infeliz doía muito na hora da furunfa e o cara dizistia. E a moça doidinha pra mode casá! E cuntinuava virge!
O mistério foi intão discuberto! Ela só tinha uma banda da increnca, tinha um defeito de nacença! Intonce, quando argúem tentava dar uma cafifada nela, um bago do sujeito ficava isprimido e doía, pois não dava incaixe!
E o tempo passô... e ninguém consiguia satisfazê a tar de Maria Bandinha, cumo passô a cê chamada na cidade, pois o lado direito da increnca dela não havia. Só tinha aquela saliênça do lado esquerdo.
Cumo pra todo pé torto tem um sapato véio... um dia pareceu na cidade um rapaiz. E todo mundo percebeu que ele era meio acanhado cum as muié... Vai daqui, vai dali, discubriro o problema! Ele era roncôio... isto é, fartava um bago nele... e logo o bago direito! Ele só tinha o bago do lado esquerdo...
Ah, quando suberô disso, um bom samaritano logo apresentou os dois numa noite... e eles foram fazê bobage!
Santo Deus! Os mijadô incaxaro qui nem uma engrenage... e eles se casaram e viveram felizes para sempre!
Fim.