Não era hiena
O mundo era um tédio
Mesmo tomando remédio
Tudo não significava nada
Mesmo em grandes chegadas
Pendurava todos os troféus
E neles pendurava o chapéu
No endereço da calma
Ninguém para bater palma
Para o seu céu sereno
Escada com degraus a menos
Sem berço e sem jazigo
Sem parceiro ou inimigo
Ninguém fomentava guerra
Peixe com pulmão, sem guelra
Mas sua vizinha, chata, berra
Com o trigo fazia pão de mel
Mas seu cão não lhe era fiel
Botou a felicidade numa viela
Não se dispôs a ir até ela
Não lhe levou mel em jarro
Não gostava daquele bairro
Com o dentista era conivente
Mas nunca lhe mostrou o dente