Não era hiena

O mundo era um tédio

Mesmo tomando remédio

Tudo não significava nada

Mesmo em grandes chegadas

Pendurava todos os troféus

E neles pendurava o chapéu

No endereço da calma

Ninguém para bater palma

Para o seu céu sereno

Escada com degraus a menos

Sem berço e sem jazigo

Sem parceiro ou inimigo

Ninguém fomentava guerra

Peixe com pulmão, sem guelra

Mas sua vizinha, chata, berra

Com o trigo fazia pão de mel

Mas seu cão não lhe era fiel

Botou a felicidade numa viela

Não se dispôs a ir até ela

Não lhe levou mel em jarro

Não gostava daquele bairro

Com o dentista era conivente

Mas nunca lhe mostrou o dente

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 04/05/2011
Reeditado em 04/05/2011
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