O CHUTE NO SACO
O CHUTE NO SACO
A rainha de Gorobixaba tinha uma filha muito bonita: Procariota. Precisava casá-la o mais rápido possível. Para evitar a maldição da beata que se transforma em girafa invisível.
Pretendentes não faltavam; eram muitos. Os mais inusitados e diferentes possíveis. Como a princesa Procariota não queria escolher nenhum, para não incorrer no erro de escolher um hemo e/ou fracote; pediu sua mãe, a rainha, que fizesse um teste de resistência nos pretendentes; e aquele que fosse o campeão ela se casaria com ele.
Pensou-se em vários tipos de teste, mas nenhum satisfazia a exigência da princesa. Até que o Diabo propôs o seguinte: “aquele que agüentasse um chute no saco escrotal, sem desmaiar seria o marido; sendo que quem daria o chute seria BERNYASKO, aquele touro, funcionário público; forte e grande como o quê.”
Na data acertada, amanheceu uma fila de pretendentes à porta do castelo. Mais de mil e um.
Psicomélico queria por que queria se casar com a princesa. Sempre se julgou mais espertos do que qualquer ser vivente. Pensando ser malandro ao extremo; puxou o saco escrotal para trás e o colou nas nádegas com uma fita adesiva. E para não levantar suspeita colocou um volume apreciável no local do saco. O recheio consistia de trapos de pano e espuma. Para não doer o pé do Bernyasko.
A fila andava devagar, pois cada um que recebia o chute desmaiava, e tinha que ser retirado do local. Bernyasko estava adorando. Chutava de direita, outros de esquerda; inovava e chutava com os dois pés ao mesmo tempo; e era só neguinho caindo desmaiado.
Psicomélico sorrindo e imaginando seu golpe de sorte, um chute no saco falso. Chega sua vez. Bernyasko, já cansado resolve inovar e avisa:
- Pois é meu chapa; como já estou cansado de chutar saco; e como simpatizei com você vou chutar sua bunda!
Psicomélico desmaiou antes.
(março/1994)