Estatuto afrodisíaco
Juliana é namorada do meu filho Francisco, uma moça bonita, inteligente, educada e minha fã - enfim, um sonho de nora. O casal é formado em Ciências Contábeis e estuda muito para concursos públicos; acredito que a admiração dela se fortaleceu depois de minha nomeação para um órgão federal, no qual já cumpro estágio probatório.
Na quinta-feira fomos a uma festa tipo forró pé de serra, e para se animar ela resolveu beber uns uísques ("Não contem para minha mãe, tá?").
Estou sem namorado há um tempão e minhas perspectivas são racionais: daqui a mais ou menos 10 anos, alguns sujeitos adequados a minha faixa etária - decentes e com inteligência emocional recém adquirida - deixarão de perseguir mulheres com metade de sua idade e procurarão uma companheira real, para um relacionamento real (eu sei que poderiam fazer isso agora, mas nesta meia idade o apelo da juventude é mais forte que eles, pobrezinhos...)
Conversava sobre isso com Juliana, mas ela não concordou, não, especialmente depois de três - rápidas - doses de uísque com pouco gelo. Ela me garantiu que logo, logo, eu 'arranjaria' um romance. E foi me explicando: ser regida pela Lei 8.112/90 - ou Estatuto do Servidor Público Federal - é 'afrodisíaco'.
Finalmente(!) compreendi o 'affair' Zélia Cardoso e Bernardo Cabral...
Mas ficou a dúvida: e Dilma?