"Ah...é?"
A noite era agitada. Muita movimentação de pessoas querendo informações corretas, muitos pedidos para sua atenção e imediato atendimento.
Em pouco tempo, a sala esvaziava, mas voltava, logo em seguida a ficar cheia.
Uma determinada chefia fez uma reclamação à atendente...ela imediatamente sentiu a falta do Carlos que a dava suporte naqueles casos. Resolveu telefonar para outro colega, que a atendeu prontamente.
Havia ali uma equipe unida para oferecer os melhores serviços aos clientes.
Pensando em qualidade, resolveu conferir o resultado.
Ao se encontrar com o colega, perguntou sobre Carlos, que executava aquela função e não estava lá. Não soube dizer, porém confirmou que tudo estava de acordo com o solicitado.
Ainda assim, foi verificar com o reclamante. Perguntou-lhe se estava tudo conforme sua vontade. Ao receber a confirmação,ficou mais calma. Mas, antes de voltar ao seu posto de trabalho, pediu a um terceiro que desse o seguinte recado a Carlos, assim que o visse: que o esperava para uma conversa.
Agradeceu à substituta, nesses momentos de "urgência", em que se afastava da sala para a solução dos "pepinos" e continuou com as tarefas de rotina.
Não demorou muito para Carlos aparecer e ela, então, chamá-lo a atenção.
Disse-lhe da sua responsabilidade, da cobrança dos seus serviços pelo cliente e das medidas que foram tomadas na sua ausência, para que fosse contornado o problema, sem desgaste para a Instituição e para o próprio funcionário, bem como para os demais envolvidos, junto à direção.
Pediu para que ele ficasse de plantão no térreo, próximo às salas das chefias, para outros atendimentos, se necessários e que ele não saísse de lá sem motivo (ou sem aviso). Já bastava o ocorrido naquela noite!
Dito isto, ele concordou e se retirou.
O "melhor" estava por vir.
Envolvida com o trabalho, precisou, alguns instantes depois, ligar para solicitar um favor aos demais colegas que ficavam no segundo andar.
Porém, admirou-se com aquela voz baixa, questionando em seguida:
- Quem está falando?
Resposta: - Carlos.
Ela: - O que você faz aí? (já com um tom acima do de costume, demonstrando já uma certa falta de paciência, sentindo-se desgastada com o assunto anterior, que parecia já resolvido e, pior, desrespeitada, já que as determinações foram dadas para que ele permanecesse no térreo/1º andar).
Carlos responde: - Ah, estou aqui, à toa...
Nesta hora ela não aguentou a ironia e disse:
- "Ah...é? Que bom...quero ver você dizer isto diretamente para a Direção!"
A voz do outro lado, complementou:
-"Aqui é Antônio Carlos, do setor X...estou no meu horário de folga e vim conversar com João...o outro Carlos não está aqui, só o João, quer falar com ele?"
Desapontada, surpresa... ela teve um acesso de riso.
Aos poucos, foi tentando explicar o ocorrido. Quando ouviu a razão da "bronca" e as desculpas pela confusão causada com o homônimo, o Antônio CARLOS também não se conteve...riu muito!
Daquele dia em diante, todas as vezes que se encontram voltam as lembranças desses momentos e com elas, o riso frouxo.
Certamente, uma noite com muito trabalho, mas aliviada com a compreensão, colaboração e, principalmente, com a alegria...que supera qualquer problema ou engano! rs rs