Olha a mangueira aí, gente!
Era dia santo, dia de procissão e lá vinha ela (a procissão) pela rua do comércio, os fieis circunspectos com velas nas mãos e entoando hinos pungentes, na frente vinha o andor com o santo homenageado carregado por quatro homens piedosos e logo atrás do andor o padre, todo paramentado comandando a procissão. Conforme a procissão ia avançando os poucos comércios que estavam abertos baixavam as portas em sinal de respeito e quando a porta do Bar Central foi baixada alguns fregueses sairam para ver a procissão passar e entre eles estava o Giló, freguês assíduo do bar, bêbado como gambá que encostado na parede observava o movimento e quando o andor passava em frente ao bar o Giló começou a gritar: Olha a mangueira aí, gente! Olha a mangueira aí gente! O padre irritado , fusilou o Giló com os olhos e disparou: Mais respeito com a fé dos outros, viu! Seu incircunciso! Bêbado ordinário! e seguiu contrariado e logo à frente o santo do andor enroscou nos galhos mais baixos de uma grande árvore e espatifou-se no chão, e foi aquela consternação, todo mundo tentando juntar os cacos para prosseguirem com a procissão, foi quando então o Giló se aproximou e disse: Eu bem que avisei que tinha uma mangueira aí!