Hospital de baleia.
Eu tenho um filho de treze anos, o Keven.
Ele é um comediante nato, andar com ele é rizada garantida.
Estávamos andando no parque – estamos obesos – quando ele se virou para mim morrendo de rir.
Só que não é qualquer rizada. Normalmente rimos de vê-lo rir. Ele gargalha.
- Nossa mãe. – ele dizia e ria outra vez.
- O que foi bebê? – Eu perguntei já me preparando para rir.
- Não, nossa. – Outra gargalhada.
-Fala logo Keven. O que foi?
- Será se tem hospital de baleia? – Ele engasgou de tanto rir.
- Não sei Keven, porque?
- Porque você já foi em um? – Outra gargalhada.
Eu fique de boca aberta enquanto caminhávamos e ele até se dobrava de tanto rir. Pensei: Vou pegar ele nessa.
- Fui sim. Lembrando bem já estive em um, um dia.
- Nossa mãe! Você passa no médico lá. – ele parou de andar e sentou de tanto rir.
Que sem vergonha? Pensei.
Eu esperei ele para. Bom na verdade estava pensando numa resposta. E como um sol ela brilhou na minha cabeça.
- Sabe quando eu fui lá?
- Hã? – Ele engasgou de tanto rir outra vez. Todo mundo passando e olhando a cena.
- Quando fui te ter. Porque gordo como você é, tinha que ir lá para nascer.
Pronto. Tive que correr. Não pude rir. O Keven é meio temperamental. Ele ama zoar os outros, mas se alguém faz o mesmo com ele tem que fugir. Imagina um touro de 1, 75 cm e 95 kg, furioso te perseguindo. Corri um km até chegar em casa e me esconder por mais de duas horas até ele se acalmar e eu poder sair.