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(24-03-11) Em meados dos anos 90, a Chevrolet encontrava-se diante de um momento de tomada de decisão, afinal de contas, seu carro de entrada no mercado, o Corsa, começava a mostrar sinais de cansaço perante o público. Na época, o Fiat Uno e Volkswagen Gol brigavam pela liderança nas vendas, enquanto que o Ford Fiesta era um dos responsáveis pela guinada que a Ford começava a dar em sua imagem e que a colocaria em um novo patamar na preferência do consumidor brasileiro.

Em 1995, a GM anunciou a construção de um novo pólo industrial no país, tendo como foco de sua produção, a fabricação de um veículo pequeno, popular e moderno. Na verdade, o que estava em gestação era o projeto Arara Azul (Blue Acaw), que cinco anos mais tarde geraria o Celta.

A fábrica recebeu o nome de CIAG (Complexo Industrial Automotivo de Gravataí), foi a terceira da marca no país, juntando-se às unidades de São Caetano do Sul e São José dos Campos, e o primeiro Celta a deixar a linha de produção da nova planta tocou o solo em junho de 2000, um mês antes da inauguração oficial da fábrica, que ocorreu no dia 20 de julho daquele ano e contou, inclusive, com a presença do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Mas o lançamento oficial do Celta ocorreria somente três meses mais tarde. No dia 2 de setembro daquele ano estreava oficialmente no mercado nacional o hatchback duas portas, com mecânica MPFI, de 60 cv e torque de 8,3 kgf.m, herdada do Corsa.

Um ano e um mês mais tarde, exatamente no dia 29 de outubro de 2001, era produzido o Celta de número 100 mil e na ocasião, o carro já era o hatchback duas portas mais vendido do país. Suas linhas modernas, seu baixo consumo e preços competitivos, faziam do Celta um grande sucesso de vendas.

Quase dois anos após o seu lançamento, o Celta recebe uma nova motorização; saía de cena o antigo motor de 60 cv e chegava o VHC (Very High Compression) no dia 5 de julho de 2002, fornecendo 10 cv a mais ao carro e fazendo o torque chegar a 8,7 kgf.m. Em agosto de 2003, o Celta recebia também uma versão quatro portas, além de uma opção de motorização 1.4, com 85 cv de potência e 11,8 kgf.m de torque.

Até o meados de 2005, o Celta continuou com a mesma aparência e embora ainda agradasse a muitos de seus consumidores, em 2006 a GM apresentou a nova versão do carro. Após ter vendido mais de 600 mil unidades, chegava nas lojas o Celta Nova Geração, com seus faróis maiores, paralamas dianteiros remodelados, lanternas traseiras reestilizadas e novo painel, como principais mudanças de identidade, além de um novo motor, que agora passava a contar com a possibilidade de abastecimento com álcool ou gasolina (VHC Flexpower), que mantinha os mesmos 70 cv de potência, mas com um ganho de torque: 9,0 kgf.m rodando no álcool e 8,8 kgf.m na gasolina. Neste ano também era fabricado o último Celta 1.4.

A motorização Flexpower durou até 2009, quando a GM decidiu dotar o Celta de um novo propulsor, o VHC-E, que fazia a potência do motor alcançar honrosos 77 cv na gasolina e 78 cv no álcool e impressionantes 9,5 kgf.m de torque rodando a álcool e 9,7 kgf.m na gasolina.

Segundo dados da Fenabrave, o Celta é o terceiro carro mais vendido do Brasil neste ano, com 23.551 unidades comercializadas nos três primeiros meses de 2011.

Comprando um Celta usado

Os corretores de seguro afirmam que o Celta é um dos carros de menor valor de prêmio, ou seja, do valor que se paga para assegurar o veículo, além de ser um dos carros com o menor índice de desvalorização de mercado, com uma depreciação média de apenas 4,9% no primeiro ano – Palio e Gol, por exemplo, perdem em média, 5,4%, enquanto que Fiesta e Clio caem 6%.

Tais resultados demonstram que o Celta é um veículo confiável e, se o dono anterior tiver sido cuidadoso, as chances de conseguir adquirir um carro que vai dar pouca dor de cabeça e manutenção.

Algo que impressiona negativamente ao se olhar o carro por dentro é o acabamento espartano de seu interior, com plásticos rústicos aplicados no painel e nas laterais de porta. Em razão disso, alguns veículos podem apresentar excessivo ruído interno (grilos) em razão da falta de acabamento fonoabsorvente. Outro detalhe que incomoda, principalmente no verão, é que o carro apresenta elevada temperatura interna, em razão do aquecimento que o cano de escape causa no túnel do carro.

“A suspensão do Celta é um ponto que apresenta necessidade de alguma manutenção, caso o dono anterior do carro não tenha tido muita dó em relação a buracos”, destaca Fábio Filtrin, proprietário da oficina Filtrin Serviços Automotivos e que já passou pelas concessionárias das principais marcas do país. “Embuchamentos, pivôs e suportes das barras tensoras, também conhecidos por ‘morceguinhos’, costumam apresentar necessidade de troca.

Outro aspecto que um candidato a proprietário de um Celta deve atentar é quanto ao escapamento, que nas trocas de marcha, pode apresentar deslocamento, que se dá na forma de um estalo metálico.

Isso se dá em razão do coxim do câmbio ser muito macio e com o deslocamento do conjunto motor-câmbio, ele pode começar a se soltar com frequência. O trambulador do câmbio também é frágil e o sintoma de desgaste é a primeira marcha começar a escapar, podendo vir a impedir de engatar as marchas, caso quebre.

Algo que também deve-se ficar atento é quanto à pré-detonação, ou “batida de pino”. “Isso geralmente acontece em razão do uso de gasolina adulterada, que forma depósitos de carvão na cabeça dos pistões e nas sedes de válvulas. Se com o motor frio, ao ser ligado o motor apresentar um barulho metálico, talvez o carro venha a precisar de uma retífica”, alerta Filtrin.

Recall

Até hoje o Chevrolet Celta teve sofreu apenas uma convocação para recall. Isso aconteceu em dezembro de 2008, para “verificação e eventual troca do fecho do cinto de segurança dos bancos dianteiros” e visava veículos ano 2009.

Luiz Augusto de Andrade
Enviado por Luiz Augusto de Andrade em 25/03/2011
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