UMA LANTERNA PARA CLAREAR SEUS PENSAMENTOS
_Nossa, onde estou?
_Que escuridão!!! A última coisa que me lembro era uma luz vindo em minha direção.
_Será que morri? Só sinto uma forte dor de cabeça.
_Mas se morri o que faço agora? Nossa pensando bem estou com medo.
_Será que vai acontecer alguma coisa?
_Poxa, hoje não é um dia bom pra morrer, uma terça-feira, que sem graça.
_Logo hoje que tive um dia díficil. Pela manhã sai de casa sem me despedir de Clarisse por não concordar com suas bobagens. Agora pensando bem, não eram bobagens, no fundo ela se preocupa conosco querendo fazer aquela viagem que prometi a ela, 13 anos atrás, antes de nos casarmos. Agora estou me sentindo morto, mas por dentro. Como pude ser tão cego? Porque simplesmente não abri mão da manuntenção de nossas vidas por alguns instantes para dar este presente a ela, que sempre me ajudou, e o fez por merecer. Fiz tanto para manter nossa condição, mesmo com os preços, tinhamos tv lcd, computador com banda larga, dois carros na garagem, casa própria e mais duas de aluguél. Pra conseguir tudo isso trabalhei mas de 10 horas por dia. Meus filhos, quantas noites eles me procuravam com suas carências e dúvidas e eu ocupado demais para notar. Afff!!! Que sensação ruím, me sinto pequeno. Tenho medo do que possa me acontecer agora.
_Ohhh! Estou começando a ver uma luz, nublada... mal da para distinguir... tudo tão branco, as pessoas e!
_Clarisse!!!
_Alberto, fique calmo, está tudo bem agora.
_Onde estou?
_No hospital, você está inconciente desde que o homem no qual você bateu o carro e saiu xingando te deu uma lanternada na cabeça.
_E aquele FDP vai pagar o conserto???
_Mas Alberto, você estava errado, bateu atrás.
_Mas tudo bem, não se aborreça, você está em recuperação ainda.
_Ah. Alberto, tem mais uma coisa que quero lhe falar.
_O que é?
_Sobre hoje cedo, quero me desculpar com você por ter te aborrecido com a estória da viagem.
Ele pensou, pensou, pensou e respondeu:
_Tudo bem. Mas você não me fale mais disso... Por favor.