A arte de não perder a piada.
Não há como negar: tenho a luxúria e a pilhéria no sangue. Tanto o meu avô materno quanto o meu pai eram loucos por um rabo de saia e uma boa piada. Mas, por causa de piadinhas, geralmente de conteúdo libidinoso ou antirreligioso, confesso que já paguei alguns micos.
Em 1985, divorciado já duas vezes, eu dava aulas num colégio da rede particular, em São Luís. Não obstante o meu jeito sempre amalucado e irreverente, muito chegado a uma safadeza com um rabo de saia, eu sempre me senti atraído por mulheres sérias e bem comportadas. Como quase todo homem, acredito eu. É aquela velha história: “Brasileiro é sueco com a mulher dos outros”, em outras palavras, para transar e cair fora, serve uma vadia esperta, mas, para casar, de preferência que seja zerada em matéria de homens.
Então, continuando: dava aulas nesse colégio uma professora de 35 anos, bonita, mas de aspecto sério e reservado. Era uma evangélica praticante, fervorosa mesmo. Eu tinha fama de professor-cachaceiro e frequentador habitual de puteiros, mas fui arrastando as minhas asinhas para ela devagarinho, um papinho aqui, outro ali, um galanteio aqui, outro acolá, até que, em determinado dia, num intervalo entre as aulas, manifestei claramente o meu interesse por ela; a fortaleza cedeu e marcamos um encontro para depois das aulas, que terminavam às 18:30.
Mas, nesse mesmo dia – maldita seja a minha safada e incontrolável língua! – dei uma tremenda mancada. Num dos intervalos entre as aulas, passei pela sala dos professores e lá estavam a minha futura-quase-namorada e duas colegas. De repente, lembrando-me de um cartoom-piada do Ziraldo, atacou-me um surto de "gaiatice de menino de calças curtas" e, sem pensar duas vezes, soltei:
- Meninas, vocês sabem o que disse Jesus para a Madalena, do alto da cruz?
Ninguém respondeu, mas eu fui em frente:
- "Hoje, não, Madalena! Tô pregado..." Hahaha!
Todas permaneceram sisudas, mas a minha futura-quase-namorada ficou vermelha como um tomate. Tendo percebido que a minha piada não agradara nadinha às distintas damas - até porque ninguém riu - fiquei desconcertado, saí de fininho e esperei a hora do encontro marcado para pedir desculpas.
Fiquei na porta do colégio, esperando pela professora. Ela saiu, olhou-me como se olha um repugnante batráquio, passou por mim de cara fechada e nunca mais falou comigo.
Não perdi a piada, mas perdi a quase-namorada...
Não há como negar: tenho a luxúria e a pilhéria no sangue. Tanto o meu avô materno quanto o meu pai eram loucos por um rabo de saia e uma boa piada. Mas, por causa de piadinhas, geralmente de conteúdo libidinoso ou antirreligioso, confesso que já paguei alguns micos.
Em 1985, divorciado já duas vezes, eu dava aulas num colégio da rede particular, em São Luís. Não obstante o meu jeito sempre amalucado e irreverente, muito chegado a uma safadeza com um rabo de saia, eu sempre me senti atraído por mulheres sérias e bem comportadas. Como quase todo homem, acredito eu. É aquela velha história: “Brasileiro é sueco com a mulher dos outros”, em outras palavras, para transar e cair fora, serve uma vadia esperta, mas, para casar, de preferência que seja zerada em matéria de homens.
Então, continuando: dava aulas nesse colégio uma professora de 35 anos, bonita, mas de aspecto sério e reservado. Era uma evangélica praticante, fervorosa mesmo. Eu tinha fama de professor-cachaceiro e frequentador habitual de puteiros, mas fui arrastando as minhas asinhas para ela devagarinho, um papinho aqui, outro ali, um galanteio aqui, outro acolá, até que, em determinado dia, num intervalo entre as aulas, manifestei claramente o meu interesse por ela; a fortaleza cedeu e marcamos um encontro para depois das aulas, que terminavam às 18:30.
Mas, nesse mesmo dia – maldita seja a minha safada e incontrolável língua! – dei uma tremenda mancada. Num dos intervalos entre as aulas, passei pela sala dos professores e lá estavam a minha futura-quase-namorada e duas colegas. De repente, lembrando-me de um cartoom-piada do Ziraldo, atacou-me um surto de "gaiatice de menino de calças curtas" e, sem pensar duas vezes, soltei:
- Meninas, vocês sabem o que disse Jesus para a Madalena, do alto da cruz?
Ninguém respondeu, mas eu fui em frente:
- "Hoje, não, Madalena! Tô pregado..." Hahaha!
Todas permaneceram sisudas, mas a minha futura-quase-namorada ficou vermelha como um tomate. Tendo percebido que a minha piada não agradara nadinha às distintas damas - até porque ninguém riu - fiquei desconcertado, saí de fininho e esperei a hora do encontro marcado para pedir desculpas.
Fiquei na porta do colégio, esperando pela professora. Ela saiu, olhou-me como se olha um repugnante batráquio, passou por mim de cara fechada e nunca mais falou comigo.
Não perdi a piada, mas perdi a quase-namorada...