O COVEIRO
 
     Coveiro por profissão, alto, magro e albino. De poucas palavras, olhar pacato e muito sereno. No dia anterior havia se esquecido de afundar uma cova, por isso foi para o cemitério mais cedo que o previsto. O serviço acabou rapidinho, mas não podia sair enquanto o velório não chegasse. Era madrugada ainda, ele sabia que teria que esperar muito. Já angustiado, resolveu colocar a cabeça por sobre o muro. Naquela hora passava por ali algumas mulheres que iam para o trabalho. Sem delongas perguntou para uma delas “quantas horas moça? Todas começaram a gritar, uma chegou a desmaiar e todas testemunharam na rádio local que naquele dia viram assombração de verdade, de carne e osso.
 


Vania Morais
Enviado por Vania Morais em 17/03/2011
Reeditado em 13/06/2013
Código do texto: T2854732
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