O FUNERAL
O FUNERAL
De todas as minhas experiências como psicólogo, a que mais me marcou aconteceu num funeral. Explico:
Certa vez fui convidado para a cerimônia de cremação do corpo de um colega, médico cardiologista muito conhecido, que morreu subitamnte. Como psicólogo aceitei o convite, até para dar apoio à família.
Juntamente com dois amigos, também médicos, fui consternado à cerimônia, feita com todo o zelo que a fama do falecido merecia.
Para homenageá-lo condignamente, a família mandou fazer um enorme coração de rosas vermelhas, que permaneceu o tempo todo atrás do caixão.
Após as exéquias, e as últimas palavras do padre, o "coração" de flores se abriu e o caixão entrou automaticamente nele, sob as lágrimas emocionadas de todos os presentes. Depois o "coração" se fechou, levando no seu interior nosso colega para sempre, cujo caixão foi direto para o crematório
Eu ainda estava emocionado, pensando na efemeridade da vida, quando ao meu lado esquerdo, um dos amigos que me acompanharam ao velório explodiu na gargalhada, para minha surpresa e a indignação de todos.
¬─ Você enlouqueceu? – perguntei – Por que está rindo?
Ele explicou:
Desculpem-me, por favor, desculpem-me. Eu não quis ofender ninguém. Eu só estava pensando como seria meu próprio funeral... sou ginecologista”
Nesse momento, à minha direita, o outro amigo que levei, um proctologista, desmaiou.
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