Ela era um tetéia

Ela era um tetéia

Hoje quem sem lembraria?

Mais parece uma Medéia

Bruxa má de confraria.

Desdentada e agourenta

Dá azar a quem olhar

Tinha quinze, hoje setenta

Quem sobrou nem vai lembrar.

Quando ri, o vento espanta

Quando pragueja é o cão

Não se confunde com santa

Qu´está mais pra assombração.

Nossa vida é mesmo assim

Não há batom que dê jeito

Era boca de carmim

E no fim bocal desfeito.

Já despencado os dois peitos

A barriga de tonel

Adeus aos dotes perfeitos

Sobra a pele de pastel.

O que antes descoberto

Hoje segue cortinado

Maciez da tez por certo

Nem com botox... É passado.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 01/03/2011
Código do texto: T2822441