Ela era um tetéia
Ela era um tetéia
Hoje quem sem lembraria?
Mais parece uma Medéia
Bruxa má de confraria.
Desdentada e agourenta
Dá azar a quem olhar
Tinha quinze, hoje setenta
Quem sobrou nem vai lembrar.
Quando ri, o vento espanta
Quando pragueja é o cão
Não se confunde com santa
Qu´está mais pra assombração.
Nossa vida é mesmo assim
Não há batom que dê jeito
Era boca de carmim
E no fim bocal desfeito.
Já despencado os dois peitos
A barriga de tonel
Adeus aos dotes perfeitos
Sobra a pele de pastel.
O que antes descoberto
Hoje segue cortinado
Maciez da tez por certo
Nem com botox... É passado.