Nersinho Pé-de-mesa

O Nersinho Pé-de-mesa tava de namoro com a Ritinha, filha do Duran e Dª Mercedes. E era namoro firme, namoro de casar, não esse negócio de ficar que tá na moda hoje. Dentro do respeito que a Ritinha merecia e os pais dela queriam e foi por isso que foi convidado para um churrasco no fim de semana na chácara que os futuros sogros tinham fora da cidade.

Uma carninha aqui, uma cervejinha ali,uma piada acolá, a bexiga apertou e lá foram os dois, o Nersinho e o sogro dar uma mijadinha detrás das moitas de capim santo.

Quando o Nersinho abriu o zíper, e ele tinha o apelido por justa causa, e pegou na estrovenga pra mijar, o Duran deu uma espiada, coçou a cabeça e o resto do dia falou quase nada.

Noitinha, vendo a filha lavando os teréns não resistiu e deixou escapar:

- AH! Mas não agüenta de jeito nenhum!

Tanto a mãe quanto a filha não entenderam nadica de nada e ele passou a semana inteira vez em quando soltando a afirmação:

- Mas não agüenta mermo!

- Não agüenta! Eu tenho certeza que não agüenta!

Acontece que no outro fim de semana foram os três pescar no Ribeirão dos Porcos.

Lá pelas tantas, não vendo nem a esposa nem a filha e com vontade de ir embora porque peixe que é bom, tinha pegado nenhum, largou a traia e rumou para o laranjal um pouco mais acima da margem do rio.

Escutando barulhos do outro lado da moita de arranhagato, deu uma espiada.

Mãe e filha dando um xixizinho.

Sem malícia alguma olhou a filha agachada e ouviu o tchoooooc profundo.

Na volta inteira só conseguia murmurar:

- AH! Mas não tampa de jeito nenhum!

- Não tampa mermo!