Papo de La – Gar – Tiiiii – Xaaaaaa...



De rabo e dedos
Vivia com medo
Sem pelos
Só pele
e apelos
esgueirando  becos
resmungando...
cheirando frestas
respirando medos
roendo unhas
arrancando os cabelos
Eu quis guarda-lo só pra mim!
só pra mim!
dei meu rabo
meu sangue!
esbravejava...
Ai Ai Ai...
Fugiu de vez... 
Me escorreu por entre os dedos

Mal-me-queres, bem-me-queres
Então subiu pelas paredes 
desvairada
numa escalada louca
inflada
a lingua pesada 
de tanto catar moscas no ar
caiu...
Esculachou-se...
Pedaço ali...
Pedaços lá...
E depois?
Achou-se!
mosaico do imaginário
insana
rouca de tanto gritar
Ah! LAGARTIXA DO AMOR!
Abusou da sorte...
Consertou-se?
Dúvido!

Não resisti... 
lembrei de ANDRÉ BESSA/ e o texto:
"A BELMIRA VIROU LAGARTIXA"
quando deitei o meu olhar
sob o olhar de Jacques Prévert:
"Le lézard" / "A lagartixa"
então não teve jeito...
foi tudo pro caldeirão
saiu essa poção
de rabo, olhos e dedos...
muita gargalhada e imaginação...

postei... (xiiiiiiiiii)
Esse  diálogo de amor (risos)

Andi...
posso apostar que a Belmira vai seguir catando moscas e escalando paredes...(rsrs)



Serpente Angel
Enviado por Serpente Angel em 29/01/2011
Reeditado em 29/07/2011
Código do texto: T2759133
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