Em Várzea Alegre, sertão cearense, até hoje, para pedir uma cerveja bem gelada, o freguês diz ao garçom :

          - Traga uma das de Luiz Proto.

         A expressão surgiu porque durante muitos anos no conhecido e bem frequentado bar de Toinha Bo’água a cerveja mais gelada era guardada especialmente para o comerciante Luiz Proto de Morais. Amante de serenatas e serestas o próspero empresário curtia a vida boêmia com elegância e simpatia.

        Certo domingo, no início da década de setenta, cedo da manhã, o empresário caminhava pela calçada de sua casa, fumando um cigarro, quando o vizinho José Alves de Lima, Zé de Ginu, se aproximou e reclamou da Le Bizu, local de tertúlias onde a mocidade curtia os ritmos dançantes da jovem guarda:

        - Luiz Proto, Várzea Alegre sem autoridade. Eu acho que vou me mudar pra Varjota. Você conseguiu dormir com o barulho?

         O empresário deu um trago profundo no seu cigarro, olhou para o vizinho e falou:

        - Zé de Ginu, quem é do mar não enjoa.




Colaboração: Doutor Rolim


(imagem Google)