Lista das 12 metas para 2011

Lista das 12 metas para 2011

01 – Fazer as pazes com o inimigo morto. Se o dito cujo não morreu ainda, fazer gestões para acelerar o processo.

02 – Passar as noites deitado na rede.

03 – Plantar uma árvore herbácea da família das Canabiáceas no quintal do meu amigo rastafari que mora no Geisel (com licença da má palavra).

04 – Tirar férias da aposentadoria e arrumar um tranco que me renda alguns trocados, que a renda de aposentado empurra o velhote de volta para o mercado de trabalho.

05 – Abraçar uma causa, principalmente se a causa for um ser humano do sexo feminino.

06 – Enfiar o pé na jaca. Talvez os dois pés... Tomar todas, entortar o caneco, trincar o coco, mamar, encher a lata e depois pular a ressaca, se possível.

07 – Ficar mais rico, porque uma filha minha vai casar e eu vou economizar três pratos de comida por dia, o que já é alguma coisa para quem não tem quase nada.

08 – Não encontrar Deus, se é que Ele existe e está à espreita esperando o desenlace do freguês. Muita gente tem medo da morte e alguns têm medo da vida. Eu tenho medo de ambas.

09 – Cair a ficha e afinal eu notar que ninguém lê essa merda de blog, daí passo a escrever o que quero, sem censura nem medo da dona justa. Depois, pegar outro processo por calúnia e difamação e perceber, contente e orgulhoso, que tenho leitores, sim, mas que eles só se manifestam para tocar fogo na Toca.

10 – Procurar me remodelar, fazer umas massagens terapêuticas em batedeiras elétricas. Fermentar a cabeça. Inserir uns ingredientes a mais nessa coisa rançosa de sempre falar a mesmíssima coisa. Deixar de falar em cultura e chorar pitangas por falta de apoio, acabar com essas insuportáveis manifestações de nostalgia da terra natal, essa chatice aguda que está me tirando muitos leitores, mais interessados em humor e sexo.

11 – Descansar da vida mundana. Nada de um monte de cerveja e MPB. Nada de violão mal tocado e cantigas de solidão mal cantadas.

12 – E se eu bater as botas, que seja esse o meu epitáfio: “Fabinho Leão. Boa pessoa. Excelente bêbado. Ótimo escritor. Bom crítico. Mas muito chato. Metido a intelectual ou coisa pior. Sempre tinha uma tese a defender, e dava uma de carente. Atrás de um carente, sempre há um canalha.” Pelo menos depois da morte quero ser sincero comigo mesmo.

www.fabiomozart.blogspot.com

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 03/01/2011
Código do texto: T2706283