DA FESTA DO PÃO À FESTA DA CARNE!

Já passamos pelas festas de final de ano e comemoração não faltou pelo mundo afora!

Pelo Brasil nunca havia visto tamanha euforia, já iniciamos dois mil e onze com tudo novinho, inclusive com a novidade da Presidenta nova, porém com proposta não tão nova assim, porque depois do fome zero, vem a sua miséria zero. Quais delas?

A ideia é zerar o país. E isso é novo? E eu sei que vão conseguir, claro.

As manchetes dos principais jornais, mesmo antes de empossada a Presidenta, já diziam de seus "planos" para a erradicação da miséria, o que muito impressiona pelo tamanho da intenção miraculosa, haja planos para tal, todavia, político nenhum nunca foi santo algum, mas mesmo assim me animei e deduzi:" já que a era é de milagres, poderiam começar pelo milagre mais difícil , o de erradicar a miséria da corrupção, que tal?- "assim me perguntei, afinal, taí algo que também corrobora em muito para a manutenção de toda a miserabilidade, dentre tantas.

Mais que certo e justo, o povo quer matar suas fomes, ELES TAMBÉM QUEREM, disso qualquer político entende muito bem, inclusive eu que não sou político e nem santo, mas sou parte do povo que espera pelos milagres da "zeração" de todas as fomes.

E assim pensando, um exemplo me caiu às mãos numa dessas vésperas de feriado em que não se entrava nos supermercados, porém precisei dum pacotinho de pão, apenas dele.

Uma fome justa.

Então, enfrentei a euforia das compras de última hora, as do "fome zero", que sempre lotam os supermercados do país; eu na fila do caixa, na esperança de que um daqueles carrinhos superlotados me desse a vez para levar meu pãozinho mais rapidamente para a ceia.

Que nada, e quem se preocupa com a fome dos outros em dia de comilança? Cada um que espere pela sua vez de matar sua fome, ora essa! Fome alguma pode esperar por dar a sua vez...

Depois de algum tempo, começei a me incomodar com o tamanho da minha fome irrisória frente às fomes das ceias que cresciam assustadoramente nos caixas, inclusive no carrinho a minha frente.

Era fato, o governo que sairia dali algumas horas acabara de cumprir o seu milagre, zerou a fome, a das festas ao menos, era o que parecia.

Assim eu animadamente concluia quando olhei para um senhor atrás de mim que também esperava pacientemente para pagar seu pequeno pacotinho e também matar sua fome , aliás, pacote ainda menor que o meu. Consolei-me, eu não estava sozinha naquela fila das também pequenas fomes...

Olhei para ele, quase no automático também para o seu pacotinho, e percebi que tentou disfarçar sua compra entre seus dedos...um pequeno pacote de preservativos.

Quando percebeu minha expressão, meio sem jeito me lançou um sorriso.

Pois bem, é isso aí! Qual o problema? Só me perguntei num lapso de segundo: É tanta fome neste mundo, quais delas seriam mais prioritárias? Ara, e eu lá sou responsável por essa resposta? O governo que as priorize, ora essa! Fome é com eles!

Fome por fome, nem tudo está perdido neste tempo de novos tempos e de novas famintas festas...de miraculosas promessas de saciedade para todos!

Afinal, por aqui, tudo quanto é festa termina em sambão, é político, é artista, é padre, é pastor, é roqueiro, todo mundo já entrou no eterno carnaval ,"global" mesmo, de todas as festas, e obviamente há que se proteger, mais que certo aquele senhor.

Depois do pão de qualquer festa, que aliás encareceu muito por aqui, sempre é a vez da carne...vixi, embora também com seus preços na hora da morte. Só o governo é quem não paga pelas suas festanças...cujas fomes nunca se saciam.

Aquele senhor nem imaginaria o simbolismo dos seus preservativos num cenário de tanta festa como nesse nosso:

"Vestiu a camisinha listrada e saiu por aí..." já dizia um antigo samba...

Com todo respeito pela festa dele,

Feliz demais festas 2011 para todos nós!