SÍNDROME DO "FRANGOLONE"

Ele, um jovem senhor, calculo de aproximadamente cinquenta e cinco anos, chegava meio sem graça e parecia procurar coragem para se colocar para o doutor João, aquele pobre geriatra do bairro, predestinado a encontrar a fonte da juventude para a humanidade.

E a conversa foi exatamente assim:

-Ô doutor, bom dia, meu problema é a "aparelhagem" que emperrou, o senhor me compreende? Tô desesperado!

-Ah sei, a sua aparelhagem...e faz tempo?

-Desde que troquei de mulher!

-E quanto tempo tem isso, seu Zé?

-Ah, já uns três meses, doutor, e nada!

-E como era com a outra?

-Ara, doutor, era tudo perfeito. Fiquei com ela trinta anos, agora ela tem sessenta e cinco, e ainda é bem afoita, doutor. Com ela tudo ia bem. Nada me emperrava...

Olha, sabe, nunca deixei ela na mão não, nem sábado, nem domingo nem feriado, nem dia santo!

Mas ultimamente não me dava a atenção "que mereço", ara, claro, senti que me abandonou "um pouco", então troquei ela, doutor.

E agora tenho uma "FRANGUINHA", bonitinha que dá gosto, fico muito animado, só se vendo doutor, trinta anos, mas ainda tá novinha em folha! Me disse que tem medo das "coisa" e até agora...vou lá, com calma... tento, tento de novo, tomo um banho, ela também , bebo uma água, ela também, tento de novo, e depois dum tempão, lá pras tanta me canso doutor, e aparelhagem me despenca. E aí, o senhor acha que tem aquele remédio para o "meu problema"?

Sabe,tem hora que sinto falta da outra de antes...

Eu não ouvi a resposta do doutor João, mas penso que a tal da troca mau feita do seu Zé, só o Silvio de Abreu resolveria...ou nem ele...