Crônica relâmpago - A peladona do oitavo andar.

Crônica relâmpago

(*) Texto de Aparecido Raimundo de Souza.

ATENÇÃO LEITORES E AMIGOS

O único trabalho do autor que não cansa os ouvidos nem provoca os olhos.

A peladona do oitavo andar

A bela jovem chega a varanda de seu aconchegante loft situado no décimo andar (de frente para um outro prédio de apartamentos onde rapazes bebem, fumam e conversam nas sacadas que acessam as dependências do interior de cada uma das residências). Lentamente, meticulosamente, sem pressa, deixa cair a toalha lilás com desenhos do Piu-Piu. De repente todos os olhares se voltam para ela, ao perceberem que está pelada, nuazinha em pêlo, como veio ao mundo...

Um óooooooooooooooh!, em uníssono, se faz ouvir a partir do onze terminando no décimo quinto.

Afoitos assoviam, tresloucados gritam, malucos jogam piadas...

Jogam beijinhos...

A certa altura, um dos incautos que observa aquela tentação, exatamente o moço do décimo terceiro, não agüentando a cena e completamente embasbacado com a beleza da esvoaçante deusa vestida com a pecaminosidade e a formosura que a mãe natureza lhe mandara para o mundo dos pobres mortais, literalmente bêbado, berra, a plenos pulmões uma espécie de declaração de amor...

Na euforia, se esquece que está na varanda, se dependura, pois, sem medir as conseqüências.

Então, o pior acontece...

Ele se projeta no ar...

E cai...

(*) Aparecido Raimundo de Souza, 57 anos, é jornalista.

Aparecidoescritor
Enviado por Aparecidoescritor em 07/12/2010
Reeditado em 08/01/2011
Código do texto: T2659156