As cordas do meu violão

Nada mais importava para Evilásio quando ele tocava seu violão;e era aos domingos,quando tinha mais tempo e estava mais relaxado,que ele deixava a sua veia artística fluir completamente.

O farmacêutico(esta era sua profissão)ainda estava com a sunga molhada com a qual frequentara a piscina do condomínio onde residia.Ao passar pela sala não resistiu e pegou o violão que estava em cima do sofá.Feliz,colocou um dos pés no assento estofado,apoiou o corpo do instrumento na coxa,colocou a mão esquerda no braço do instrumento e levantou mão direita,pronta para tocar as cordas.Ao dar início ao concerto,entretanto,seus dedos encontraram o vácuo e nenhum som foi emitido.Ao olhar para o violão detectou a causa:alguém havia tirado as cordas.Ato contínuo,uma frase brotou de seus lábios:

__Eu vou esganar o Juninho!

Juninho era o seu filho de quinze anos,também usuário da viola.Pingando água clorada pela casa,Evilásio foi até o quarto do herdeiro e encontrou o adolescente deitado na cama ouvindo seu ipod.Furioso,perguntou:

__Juninho!Por que você tirou as cordas do meu violão?

O moleque fez uma cara de incompreensão,desconectou os fones dos ouvidos e respondeu com outra pergunta:

__O quê o senhor disse?

__Eu perguntei por que você tirou as cordas do violão?

__Ora pai,o violão estava todo desafinado e as cordas estavam velhas.Amanhã eu vou na loja e compro outras novas.

Evilásio arregalou os olhos e continuou o interrogatório:

__Onde estão as cordas que você tirou?

__Joguei fora ontem a noite.Fiz mal?

__Fez péssimo!Como é que eu vou tocar hoje?

__É apenas um dia que você vai deixar de dar seu recital,pombas!

__Pombas uma ova!Ou você arruma agora cordas novas,ou aquela excursão a Chapada Diamantina que vossa senhoria quer tanto vai ser adiada indefinidamente;entendeu?

Aquilo era golpe baixo;Juninho sonhava com o passeio há tempos.Seria uma excursão com sua turma de colegas,coisa de adolescente.Negar-lhe isso seria como cortar as asas de um pássaro que está aprendendo a voar.O rapaz protestou:

__O senhor só pode estar brincando!

__Pelo contrário;nunca falei tão sério na minha vida.Se as cordas não estiverem no violão até as dezoito horas de hoje adeus passeio.

O pai saiu do quarto bufando de raiva.Logo depois entrou a mãe.Falando baixo,ela disse:

__Não disse para não mexer no violão do seu pai?

__Eu não sabia que ele ia ficar tão bravo.

__O violão é o lexotan dele.Agora se arruma e vai comprar cordas novas.

__Eu vou ter que ir ao shopping e não tenho dinheiro.

__E a sua mesada?

__Só restam cinco reais.

__Eu vou te emprestar um dinheiro mas não conta nada para o seu pai,combinado?.

__Combinado.

Com o dinheiro na carteira juninho saiu de casa.Estava no ponto de ônibus quando Cirilo passou de carro.O dois haviam feito um curso de inglês na mesma sala há cerca de um ano atrás e ficaram amigos desde então.De dentro do veículo,o colega perguntou:

__Está indo para onde?

__Shopping.

__Eu também.Sobe aí!

Sem perder tempo,juninho entrou no carro e eles partiram.Depois de alguns minutos no trânsito Cirilo bateu com a palma da mão na testa e falou:

__Ih,cara!Quase me esqueci.Tenho que pegar uma encomenda para o meu pai na casa de um amigo dele.

Preocupado com o horário Juninho quis saber:

__Aonde?

__É numa rua aqui perto...O nome é Cai..Cai..

__Caipora?!__arriscou Juninho

__Isso!sabe onde fica?

__Sei.Eu te mostro.

Com a orientação de Juninho eles chegaram logo ao local.A rua acabava no morro e a casa do amigo do pai de Cirilo ficava bem no sopé da colina.Os dois saltaram do carro e Cirilo bateu palmas,já que a campainha engastada no muro estava quebrada.Um homem de seus cinquenta e tantos anos abriu a porta da frente da moradia e perguntou,mal humorado:

__O que vocês querem?

__Eu sou filho do Manuel;o bombeiro hidráulico.__identificou-se Cirilo

__Ah,sim,sim..__o homem abriu um meio sorriso__Você veio pegar "ele" não é?

__Isso.

__Meu nome é Samuel,mas podem me chamar de Samuca__Samuca estendeu a mão e cumprimentou os dois.

__Nós estamos com um pouco de pressa..__Tentou agilizar a transação Cirilo,já olhando com receio para a densa vegetação que cobria o morro e pensando no que poderia estar escondido ali.

__Não vai demorar nem cinco minutos__minimizou Samuel__Eu já separei "ele" dos outros.Venham,entrem.

O trio foi para os fundos da casa,onde existia um verdadeiro jardim zoológico :Pássaros pretos,Tartarugas de água doce,Tucanos,lagartos,Micos,Serpentes,jabutis,Araras...Todos acomodados precariamente em gaiolas pequenas,aparentemente aguardando para serem comprados.Juninho estava na casa de um traficante de animais silvestres.O contraventor entregou uma gaiola para Cirilo contendo um grande pássaro cinza esverdeado e deu uma última recomendação:

__Fala para o seu pai tomar cuidado com esse Trinca ferro.Ele ainda está meio bravo,pode se machucar nas grades da gaiola....Ah!E diz a ele que o currupião eu não sei quando vou conseguir.Os homens do ibama estão em cima da gente.

__Falou.Até a próxima.__acelerou a despedida Cirilo__Meu pai já acertou com o senhor,não?

__Já.Seu pai é um dos meus clientes vips

__Então Até mais.

__Até.

Os dois saíram da casa.Juninho não parava de ver as horas no relógio de pulso.Colocaram a gaiola no banco de trás do carro e saíram.Nervoso,Cirilo disse:

__Vou deixar logo esse passarinho lá em casa;não quero ser parado numa blits e confundido com um traficante de animais.

Juninho não gostou nem um pouco da idéia,mas como estava de carona não protestou.

Apesar de ser fim de semana o trânsito estava intenso.Cirilo pisava fundo no acelerador e deixava a prudência em segundo plano.A certa altura,ficou muito próximo do carro da frente e não teve tempo de frear quando o veículo parou bruscamente.A batida aparentemente não foi muito forte,mas fez com que a porta da gaiola,que era antiga, se abrisse.O trinca ferro não perdeu a chance e saiu voando pela janela do carona.

__P*ta que o p##****iu!__praguejou Cirilo,dando um soco no painel do carro__E agora?O que eu vou dizer para o meu pai?

__Diz a verdade,ora.__tentou simplificar Juninho.

__Juninho;você não está entendendo a situação.Meu pai encomendou esse bicho há meses.Se eu chegar em casa sem ele vou ser crucificado de cabeça para baixo.

Em meio a discussão,os dois não repararam que o motorista do carro no qual haviam batido saíra do seu veículo e se encontrava em pé ao lado da janela de Cirilo com uma tranca de direção nas mãos e uma expressão agressiva no rosto.O homem fez sinal para que Cirilo abaixasse o vidro,no que foi atendido prontamente.Visivelmente transtornado,o estranho disse:

__Você é cego?

Diante de tal atitude agressiva,Cirilo decidiu amansar;ele não conhecia o sujeito e havia batido na traseira,estava errado:

__Me desculpe,mas é que você freou rápido demais,não deu tempo de parar.

__Um cachorro.

__O quê?

__Um cachorro atravessou a rua.Se eu não parasse matava o pobre animalzinho.

Juninho tentou abreviar a conversa:

__Bom;já que está tudo esclarecido,vamos embora que esse local é perigoso,podemos ser assaltados.

__Como ir embora?__surpreendeu-se o estranho__Temos que chamar a radiopatrulha e fazer o B.O

__B.O?Para quê?__perguntou Cirilo,temeroso.

__Quem vai pagar meu prejuízo?

__Que prejuízo?__perguntou de novo,ainda mais temeroso,Cirilo.

__Sai do carro e vem olhar.

Cirilo saltou do veículo e ficou assustado com o que viu:A frente de seu carro,tirando um pequeno amassado no lado esquerdo do para choque ,estava praticamente intacta,mas a traseira do carro do homem apresentava o para choque quebrado em dois lugares e a porta da mala amassada.Já pensando no esporro que levaria do pai,o jovem tentou negociar:

__Olha;eu pago seu prejuízo.Não precisa chamar a polícia não.

__E quem me garante que você vai honrar a sua palavra?

__Assim você me ofende.__Cirilo fingiu estar melindrado.

__Não foi a minha intenção;mas eu não te conheço....__ponderou o sujeito,que de repente parou de falar e olhou durante alguns segundos para o interior do carro de Cirilo.Depois perguntou:

__Aquilo ali é uma gaiola?

__Ah, é...__Cirilo começou a falar meio sem convicção se deveria responder a pergunta__..Quer dizer,é uma gaiola que nós estamos levando para o meu tio que cria codornas

__Não está me parecendo uma gaiola de codornas.

__Parece meio pequena mas é sim.Meu tio só tem um casal e a gaiola dele está enferrujada,então estou levando essa para ele.

__Sei..__o homem olhou para cima,na direção dos fios de luz da rua e parou de falar.Juninho,percebendo que havia algo de errado naquela atitude,perguntou ao ainda desconhecido:

__O senhor está bem?

__Eu estou vendo errado ou aquilo ali empoleirado no fio da luz é um trinca ferro?

A dupla de amigos girou a cabeça e logo viu o trinca ferro que fugira da gaiola descansando placidamente em cima dos fios.Por algum motivo que eles não puderam entender o bicho não voou para longe,mas ficou ali perto,quem sabe descansando antes da viagem de volta à sua terra natal.

__Não;eu acho que é um Bentevi__tentou desconversar Cirilo,que aquela altura já havia notado a presença de dois adesivos no vidro traseiro do carro do homem em que se lia:"Eu freio para os animais" e "Morte aos traficantes de animais silvestres"

__Não,aquilo não é um Bentevi__contestou o homem__E essa gaiola que vocês estão levando não é para merda de codorna nenhuma.Aquele Trinca ferro,coitado,escapou na hora da batida.Vocês são traficantes de animais silvestres,TRAFICANTES!

__Calma senhor__contemporizou Juninho__É apenas um passarinho de estimação para o pai dele,nada mais

__Como nada mais?O Trinca ferro está ameaçado de extinção!Eu vou denunciar vocês ao Ibama!

O tom de voz do estranho subia rapidamente e,apesar de ser domingo,as poucas pessoas que passavam começavam a parar para acompanhar a discussão.Juninho puxou Cirilo para um canto e disse ao pé do ouvido do amigo:

__Cirilo, vamos embora que esse maluco vai nos causar problemas.

Antes que Cirilo pudesse colocar em prática a idéia de Juninho,duas caminhonetes,uma preta e a outra prateada,pararam ao lado dos dois carros.O motorista da prateada perguntou ao amante dos animais:

__Algum problema aí Jonas?

__Esses caras bateram na minha traseira e ainda por cima estavam com um Trinca ferro silvestre no carro.Disseram que era para o pai de um deles.

__Nesse caso eles merecem uma punição,você não acha?

__Concordo perfeitamente.Vamos lá.

Sob os olhares de pânico dos dois amigos,dez pessoas saltaram das caminhonetes,sendo duas delas mulheres.Um dos homens,que vestia camiseta branca e calça camuflada do exército e que parecia ser o "macho alfa" deu as ordens:

__Coloquem eles na minha caminhonete.Antônio__Dirigiu-se a outro membro da "tropa"__Você dirige o carro deles e segue a gente.Acabamos de arranjar mão de obra extra.

O comando foi executado de forma exemplar.Os dois foram jogados dentro do veículo pelos membros da gangue enquanto o carro de Cirilo recebia um novo motorista.Minutos depois a "caravana" partia.Juninho ainda tentou colocar panos quentes:

__Vamos ser razoáveis gente.O passarinho conseguiu fugir...ficou tudo bem...

O homem que dirigia virou-se para trás e disse,com uma expressão de raiva:

__E quem garante que ele vai acertar o caminho de casa?Vamos ensinar vocês a respeitar a natureza.Agora calem a boca.

Nada mais foi dito.As caminhonetes e os dois carros pegaram um estrada que dava acesso ao monte mais elevado da região.A certa altura do percurso,bem no meio do caminho entre o sopé e o alto da colina a caravana parou.Os dois prisioneiros foram tirados de seus assentos e apresentados à sua punição:Teriam de plantar dezenas de mudas de árvores na encosta para evitar e combater a erosão do terreno.Olhando para os finos caules das plantas que saíam de estreitos sacos de plástico negro que esperavam para serem plantadas ,Juninho tentou uma última cartada:

__Me libera aí poxa!Eu tenho que comprar um remédio para o meu pai.

__Me dá a receita que a gente compra enquanto vocês fazem o serviço.__sugeriu um dos homens.

Pra não ser pego pego na mentira Juninho rapidamente forjou uma desculpa esfarrapada:

__É um remédio de manipulação,cheio de componentes,eu teria que estar presente para conferir...Deixa pra lá.

Cirilo,mais prático,já estava mexendo na terra.Juninho juntou-se a ele e começaram o replantio da encosta;tudo sob a supervisão enérgica do homem da calça camuflada,que parecia uma mistura de feitor de escravos e Charles Darwin,pois ao mesmo tempo que berrava com eles lhes dava noções de ecologia.

A tarde avançava rapidamente.Se eles não saíssem dali rápido seria impossível para Juninho comprar as cordas do violão a tempo.Simplesmente pegar o carro e fugir estava fora de questão,pois seus raptores bebiam cerveja sentados no capô de veículo.Foi quando um garoto montado num cavalo malhado apareceu.Ele provavelmente saíra da comunidade existente ali perto.O curioso era que um velho colchão sem forro,só com a espuma, colocado em cima do animal fazia as vezes de cela.Juninho cutucou Cirilo e disse,em tom baixo:

__Se aquele moleque der mole,nós subimos no cavalo e "ralamos peito".

__Tá maluco?O pangaré nem cela tem!E você por acaso sabe montar?

__Uma vez eu cheguei a ter aulas de montaria num hotel fazenda ...

__Quantas aulas?

__Duas.Mas o curso era muito bom.

__Esquece Juninho.Vamos plantar essa árvores que depois eles liberam a gente;é menos arriscado.

Mais arriscado para Juninho seria não comprar as cordas.Ele ficou atento a uma oportunidade,e ela surgiu quando uma das mulheres,que observava pássaros com um binóculo,gritou:

__Aqui gente!Eu avistei uma Viuvinha!

Todos,inclusive o "macho alfa",foram conferir a Viuvinha.Juninho puxou Cirilo pelo braço e disse:

__É agora!

O garoto cavaleiro,que passava com o animal bem em frente a eles e imaginava-se na "terra de malboro" ,foi arrancado da cela pela dupla,que logo assumiu a montaria,com Juninho "guiando" e Cirilo de "carona".Os gritos do moleque chamaram a atenção dos ambientalistas e quatro deles entraram numa das caminhonetes e iniciaram uma perseguição pela encosta do morro.Cirilo,pressentindo que teria problemas com a sua hemorróida se aquela corrida durasse muito,berrou no ouvido do colega:

__VAMOS NOS ENTREGAR!EU NÃO VOU PODER SENTAR NUNCA MAIS SE ISSO NÃO PARAR LOGO!

__ASSIM QUE NÓS SALTARMOS AQUELA CERCA ESTAREMOS SALVOS__Juninho apontou para uma cerca de madeira pintada de amarelo que estava a uns trinta metros a frente deles__ELES NÃO VÃO PODER NOS SEGUIR ALI.É UMA OBRA DE UMA CONSTRUTORA PARTICULAR.ESTÁ CHEIO DE SEGURANÇAS LÁ.

__VOCÊ SABE SALTAR?

Silêncio.Nenhuma resposta.A cerca se aproximava.

__FALA,PORRA!VOCÊ SABE SALTAR?

__NA VERDADE,O SALTO SERIA O TEMA DA TERCEIRA AULA,MAS NÓS FOMOS EMBORA ANTES E EU NÃO PUDE FAZÊ-LA;MAS TUDO VAI DAR CERTO !CONFIE EM MIM!__Juninho mantinha os olhos fixos na cerca.

__ESSA NÃO FOI UMA BOA RESPOSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Foi o salto com a pior coreografia da história da equitação mundial.O animal conseguiu ultrapassar o obstáculo,mas os cavaleiros saíram "voando" e caíram mais à frente.A sorte foi que o colchão,que voou junto,aparou-lhes a queda,amortizando o contato com o chão duro. Uma viatura da firma de segurança que estava vigiando a obra presenciou tudo e veio averiguar.Os homens dentro da caminhonete,percebendo a encrenca,deram meia volta e foram avisar ao resto do grupo que a festa havia terminado.

Depois de explicar quase tudo aos seguranças(o Trinca ferro ficou de fora)e de devolver o cavalo ao menino(que os xingou bastante,inclusive com palavrões novos,que a dupla desconhecia)pegaram o carro,que havia sido deixado intacto no local do replantio das mudas e tomaram o caminho de casa;sujos,arranhados e exaustos.Não havia a mínima condição de irem ao shopping.Arrasado,Juninho lamentou:

__Chapada diamantina;Aqui NÃO vou eu.

Cirilo não entendeu a frase e quis saber mais.Juninho,então, contou ao amigo a história toda da viola.Ao final do relato,Cirilo abriu o porta luvas do carro e tirou lá de dentro um conjunto completo de cordas importadas de violão.Surpreso,Juninho disse:

__Eu não sabia que você tocava violão.

__Não toco.Eu comprei essas cordas para uma ex namorada minha que tocava na noite,mas o namoro acabou antes que eu pudesse presenteá-la.Sorte sua,pois agora elas são suas.Não é uma coincidência fantástica?

__Mas do que fantástica.É abençoada!

Juninho agarrou firme os envelopes plásticos e não os largou mais.Quando saltou do carro,sugeriu ao amigo que contasse a verdade ao pai sobre o Trinca ferro.

Entrou no prédio correndo.Ainda faltavam dez minutos para a seis horas.Estava dentro do prazo.

Encontrou o pai no playground já calibrado pela cerveja,tocando pandeiro numa mini roda de samba junto com os vizinhos.O álcool impediu que ele reparasse nas condições das roupas do filho.Quando Juninho entregou-lhe as cordas,recebeu um abraço e ouviu as palavras que o surpreenderam:

__Meu filho;de manhã eu fui muito duro com você.Não devia ter exigido as cordas hoje.Ah!E aquele negócio de suspender a viagem foi besteira minha;apaga tudo.

A lembrança de todo o trabalho braçal com as mudas na encosta veio em sua mente,assim como a corrida equestre forçada,mas ele preferiu não arriscar estragar o clima de reconciliação.Com o sentimento de dever cumprido,deixou o pai "pandeirando"(mal) e subiu para seu apartamento.Tomou um banho e dormiu o resto do domingo.Agora queria silêncio para sonhar com a viagem a Chapada Diamantina.

O acerto de Cirilo com o pai foi mais difícil,mas no final tudo ficou bem.Não há nada que não se possa resolver entre pai e filho.

Ah!E o trinca ferro,depois de uma pausa para descanso,encontrou o caminho de casa.Estava mais experiente agora e saberia evitar qualquer alçapão que aparecesse durante a viagem,por mais atraente que fosse a isca.

arqueiro
Enviado por arqueiro em 28/11/2010
Código do texto: T2642082
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