Devagar, devagar, devagarinho...

Este texto foi publicado em setembro de 2004, no jornal Digraça, voltado ao humor, com diversos colaboradores. Divulgava também o trabalho de chargistas. Eu colaborava com o pseudônimo de “El Plagiador – cronista enrolão”. Utilizava-me de fragmentos de frases já conhecidas do público e criava textos com a junção das mesmas. Segui o que disse o genial Renato Russo: “Quais são as palavras que nunca são ditas?”. Assim homenageava, também, os autores das repetidas frases. Espero que gostem...

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Devagar, devagar, devagarinho

Quando eu vim para este mundo eu não atinava em nada, hoje vou caminhando e cantando e seguindo a canção, sem lenço, sem documento, nada no bolso ou nas mãos, num sol de quase dezembro. Eu vou, por que não?

Vejo em minha cidade a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim e tenho pressa, pois tanta coisa me interessa, mas nada tanto assim.

O tempo não para. E, no entanto, ele nunca envelhece. Amanhã será um novo dia da mais louca alegria que se possa imaginar. Tudo isso acontecendo e eu aqui na praça, dando milho aos pombos.

Nem o Sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas poderão prender meu coração alado.

Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada, então sigo assim, como uma onda no mar.

Andei, andei, andei, até encontrar a nuvem passageira, que com o vento se vai.

Quem quiser saber quem sou, olhe para o céu azul e siga junto comigo a infinita highway.

Rogério Nascente
Enviado por Rogério Nascente em 20/11/2010
Código do texto: T2625755