“Marvada Cachaça”
(Sócrates Di Lima)
Aguardente,
Cachaça pura.,
Branquinha inocente,
Que faz “bramura”
Não sou cachaceiro,
Mas aprecio a “marvada”.,
Num tira gosto é maneiro,
Faz a alma chorada.
Quer ver uma alma chorar,
Tome um porre da “marvada”.,
Ela faz a alma penar,
A língua torcer e um tombo na baforada.
Um consumidor nato,
Não gosta de andar na linha.,
Numa reta é um barato,
O zig e zag de quem caminha.
Santa “marvada” cachaça,
Vinda das Minas Gerais.,
Deixa em estado de graça,
Com gosto de quero mais.
O bom mesmo é o porre,
E nem adianta vir com remédio,
Quem bebe não quer ficar são, nem que o socorre,
Tem que ficar ruim mesmo, longe do tédio.
Tem cachaça que dinheiro não paga,
Tem cachaça de toda graduação.,
Cachaça com água!
Não vem não.
Quem nunca tomou um porre de pinga,
Bom sujeito não é.,
Não tem nenhuma ginga,
Não “boto”muita fé.
Com a “marvada” banhando a lapela,
Muita loucura boa pode se fazer no ninho.,
Dar um gole de cachaça pra ela,
Ou dar um banho nele no vinho.
Se estiver na direção, presta atenção,
Não beba para não perder a razão,
Mas, entre quatro paredes com toda a emoção,
Beba sem moderação.
Qualquer anestesiante que a mente receba,
Nenhum é melhor do que o que vem da cana.,
Portando, Basilissa, se for dirigir não beba,
Mas, se for beber me chama.