A PRIMEIRA CONFISSÃO.
A PRIMEIRA CONFISSÃO.
JB Xavier
Tenho um amigo que é padre. Volta e meia nos reunimos para audições de música clássica e discutir a situação do nosso país.
Após um longo período como pároco de uma paróquia de Santo André, ele havia sido transferido para um distante rincão do norte do Brasil.
Obviamente eu não poderia deixar de ir à sua última Missa, antes de sua partida.
Lembro-me bem que a igreja estava lotada, porque ele era muito popular e havia sido um ativo cabo eleitoral de Lula da Silva, quando de sua campanha a Deputado Federal.
No convite que recebi, constava que Lula da Silva estaria presente, o que era uma grande honra para o pároco meu amigo. Este era o único motivo que me fez vacilar em ir à tal missa, porque seu apoio a candidatura do petista sempre gerou discussões acaloradas entre nós.
Enfim, lá estava eu na igreja lotada.
A missa transcorreu normalmente, mas não se viu a cara do Lula por lá.
Na hora do sermão, meu amigo padre informou que Lula chegaria um pouco atrasado, mas que estava a caminho. Ele então começou a enrolar para passar o tempo, até que Lula chegasse.
“- A primeira impressão que tive desta paróquia - disse ele - foi com a primeira confissão que ouvi. E a impressão foi péssima!”
Todos passaram a prestar a tenção ao padre.
“Nessa primeira confissão ouvida, a pessoa confessou ter roubado um aparelho de TV, dinheiro dos seus pais, a empresa onde trabalhava, além de ter aventuras amorosas com as esposas dos amigos. Também se dedicava ao tráfico de drogas e havia transmitido uma doença venérea à própria irmã. Fiquei assustadíssimo.
O silêncio na igreja era absoluto.
“Com o passar do tempo, entretanto – continuou meu amigo - conheci uma paróquia cheia de gente responsável, com valores morais, comprometida com sua fé.
O padre ia continuar quando chegaram Lula e seus assessores. O então Deputado Federal caminhou apressadamente pelo corredor central e foi direto ao padre, que lhe passou o microfone, passando então Lula a se desculpar pelo atraso.
“- Me desculpem cumpanhêros e cumpanhêras, pelo atraso. Vida de deputado não é fácil.
Depois, olhou para o padre e disse:
- Nunca vou esquecer o dia em que o este bondoso Padre chegou à nossa paróquia. Como poderia? Tive a honra de ser o primeiro a me confessar!
* * *